terça-feira, 20 de agosto de 2013

Psicologia Budista

Psicologia Budista

É comum pensar que o Budismo é uma religião, cheia de rituais, mitos e práticas místicas. Existe uma diferença entre as práticas e crenças do Budismo tradicional e as do Budismo Moderno.
As duas maiores escolas do Budismo hoje em dia é a Theravada e a Mahayana que possuem rituais e cerimônias que estão associados a dogmas tradicionais e a pontos de vistas orientais, estas escolas tem objetos de veneração e muitos templos. Por isso são vistas como escolas religiosas, possuem dogmas, rituais, símbolos de adoração que têm a função de auxiliar os devotos a reduzir suas angústias emocionais, as preocupações da vida diária, e do futuro.
Considero o Budismo Moderno mais próximo do Budismo ensinado por Budha. Seus preceitos buscam auxiliar o individuo a lidar com a questão do sofrimento, das angustias e preocupações com os problemas da vida em todos os seus aspectos. Estes preceitos, assim como os ensinamentos contidos nos Sutras contêm em si mesmos aspectos psicoterapêuticos profundos e que podem ser aplicados no indivíduo independente de sua crença religiosa.
Budha ensinou que uma pessoa pode ficar livre de uma enfermidade física por centena de anos, mas que não era possível uma pessoa ficar livre da enfermidade mental por um só dia, claro que existe exceções – as dos despertos, dos iluminados ou dos Budhas.
É reconhecido por todos os eruditos budistas que a intenção do Budha (Nikaya Páli) era preparar o indivíduo para que ele se tornasse um “Arhants” – discípulos aperfeiçoados. Um indivíduo aperfeiçoado é tem perfeita saúde mental, portanto Budha queria uma sociedade formada por indivíduos com personalidades mentalmente saudáveis.
Budha foi chamado de Anuttaro Bhisakko Sallakatto – insuperável médico e cirurgião – além de Anuttaro Purissa Dhamma Sarati – insuperável treinador de pessoas. Poderíamos chamá-lo de “Psiquiatra”.
Hoje em dia podemos classificar as psicologias em: as psicologias do Id ou terapias afetivas e as psicologias do ego ou as terapias cognitivas. O objetivo aqui não é explanar este tema.
Mas expor brevemente a Psicologia Budista, que primeiro surge no Samyutta Nikaya no texto Dhammacakkapavattana Sutta. O primeiro ponto deste Sutta é que existem duas maneiras extremas de viver e que devem ser evitadas. A primeira é a busca incessante pelo prazer sensual, porém sem a dor sensual - Kamsulallikanuyoga. A segunda é a auto extinção através da autonegação e do ascetismo – Attakilamatanuyoga.
Para evitar estes dois modos extremos de viver, Budha ensina uma terceira forma – Majjima Patipada – conhecida como – Nobre Caminho Óctuplo – Ariya Attangika Magga. Que consiste no trabalho árduo e constante pela obtenção da consciência da realidade. Budha ensina que a busca pela satisfação do Id através da procura constante pelos prazeres sensuais não  conduz nem à saúde nem à felicidade.
É necessário manter nossos rituais diários, cultivando com olhar amoroso nosso altar interior, descobrindo nos símbolos internos que representam a nossa própria existência terrena, transmutando nossas dificuldades, reconhecendo os sinais internos de mudança, buscando a aceitação, observando nossas necessidades e as dos outros.

O processo terapêutico é acompanhado de uma profunda mudança no ponto de vista sobre as questões da vida, dos desejos  e dos processos internos. Mais do que olhar o passado que não pode ser mudado ou ansiar pelo futuro que ainda não chegou, aprende-ser a calmamente viver o presente, olhando para a verdadeira natureza das coisas tais como são.



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