quarta-feira, 26 de junho de 2013

Maitri - Mestre Asanga

MAITRI

Mestre Asanga

Asanga, o douto filósofo de todo o coração decidido a realizar a sabedoria interior, meditou em solidão durante muitos anos. O objeto de sua meditação era Champa ( Budha Maitreya), o Budha do Futuro, que reside no céu Tushita aguardando a sua descida à terra. Asanga sempre fora perseverante em seus esforços, mas depois de tantos anos de fervorosa meditação, ele mesmo já começava a sentir-se frustrado em seu empenho por alcançar a sabedoria a que aspirava.
Certo dia, quando passeava pelo exterior de sua caverna, Asanga se fixou nuns quantos pássaros que pousavam numa rocha proeminente que ficava próxima. Justamente onde as asas dos pássaros, ao pousarem, roçavam a rocha, Asanga notou uma profunda fenda. Isto o levou a refletir sobre os incontáveis anos que deveriam ter sido necessários para que, pelo único efeito do roçar suave das asas dos pássaros, se produzisse uma cavidade como aquela.
Ao voltar à sua caverna, Asanga, com os sentidos aguçados pela meditação profunda, ouviu o brando gotejar de água sobre a pedra. Examinando – o mais de perto, percebeu um pequenino regato que seguia rocha adentro: com os anos, o delicado gotejar da água havia aberto uma profunda passagem na rocha.
“Se as asas dos pássaros e o gotejar da água podem perfurar a rocha – pensou Asanga – então, também eu, com a meditação; posso perfurar as mais distintas camadas da consciência, e alcançar, dessa maneira, a sabedoria.”
E assim, Asanga continuou meditando, mas meditando sem resultado algum. Parecia-lhe que, quanto mais ardentemente buscava obter a sabedoria, e quando mais apaixonadamente tratava de invocar a Champa, mais impossível isso se tornava.
Um dia, Asanga deixou sua caverna para ir em busca de comida. No caminho, encontrou um homem que esfregava uma barra de ferro maciço com um pedacinho de algodão. Asanga perguntou-lhe o que estava pretendendo obter aquilo, e ele respondeu que ia fazer uma agulha. Asanga se surpreendeu muito por achar possível fazer uma agulha apenas esfregando uma grossa barra de ferro com um pouquinho de algodão macio; mas, quando expressou isso ao homem, este respondeu: “Se alguém está realmente resolvido a fazer uma coisa, não fracassará em seu empenho, mesmo quando a tarefa possa parecer impossível.”
Asanga recobrou novas forças, ao considerar que a sua tarefa não era mais difícil do que a daquele homem, e voltou à sua caverna animado a continuar com a sua meditação.
Depois de haver estado meditando durante doze anos, Asanga decidiu-lhe, finalmente, a abandonar seu retiro e deixar de meditar sobre Champa, pois este não se lhe apresentara nunca, nem mesmo depois de tanto tempo de esforços.
Ao deixar seu retiro, Asanga encontrou um cachorro ganindo de dor por causa de uma ferida no dorso – um dorso infestado de vermes. Asanga sentiu uma grande compaixão pelo cachorro e desejou aliviar-lhe os sofrimentos. Sabia, porém, que se lhe tirasse os vermes, estes iriam morrer, pois não teriam onde comer. Para salvar o cão, Asanga decidiu tirar-lhe os vermes, e, quando a estes, iria colocá-los em sua própria carne, para que pudessem continuar vivendo. Asanga já se dispunha a retirar os vermes com a mão, mas deteve-se e pensou: “Se os tirar com os dedos, poderia esmagá-los”. De modo que, fechando os olhos, inclinou-se para retirar os vermes lambendo a ferida. No mesmo instante em que a sua língua tocava o cachorro, este desapareceu e, em seu lugar submerso numa bolsa de deslumbrante luz, apareceu Champa, o Budha do Futuro.
Tomado de emoção, Asanga assim falou a Champa:
- Durante tantos anos e de tantas formas, tentei vê-lo, sem que o Senhor se mostrasse a mim, e agora, quando meu anseio desapareceu, por que se mostra diante de mim?
Champa respondeu - lhe:
- Porque somente agora é que, através do seu grande ato de compaixão, a sua mente está realmente pura e, portanto, apta para ver – me. Na verdade, eu sempre estive aqui.
Então, Champa ordenou a Asanga que o levasse sobre seus ombros até a cidade para que as outras pessoas pudessem vê-lo. Assim o fez Asanga, mas o povo, com a consciência obscurecida por pensamentos impuros, não pôde ver a Champa, e acreditou que Asanga estivesse louco quando proclamava que levava Champa sobre seus ombros. Mas uma anciã conseguiu ver um cachorrinho sobre as costas de Asanga, e foi imediatamente acumulada de riquezas. E um pobre carroceiro de mulas chegou a entrever os dedos do pé de Champa e, desde aquele momento, teve poder e paz interior.
Champa levou, então, a Asanga ao céu Tushita, onde pôde receber o ensinamento e, obter a sabedoria que, durante tantos anos, o havia evitado.
REFERENCIA:
- Contos Populares do Tibet – Trad. de Lenis E. Gemignani de Almeida – Ed. Princípio






segunda-feira, 10 de junho de 2013

A prática do Dzogchen

A Prática do Dzogchen na vida diária

A prática diária do Dozgchen consiste em simplesmente desenvolver uma completa e livre aceitação das coisas, uma abertura sem limites a todas as situações. Devemos realizar essa abertura vendo tudo como um livre jogo das nossas emoções e, devemos nos relacionar com as pessoas sem artificialidade, manipulação ou estratégias. Devemos experenciar tudo com total inteireza, sem nos escondermos em nós mesmos como uma marmota se esconde na sua toca mesmo sem perigo aparente.
Esta prática liberta uma tremenda energia que está normalmente refém de pontos de referência condicionados. Ao mantermos estes pontos de referência, afastamo-nos da experiência direta da vida quotidiana. Estar presente no momento – aqui e agora – pode, no principio, provocar medo. Mas ao dar as boas – vindas à sensação de medo com completa abertura, desfazemos as barreiras criadas pelos padrões emocionais habituais.
Quando nos entregamos à prática de descobrir o espaço, devemos desenvolver em nós a sensação de completa abertura ao universo inteiro. Devemos nos abrir na mais absoluta simplicidade e nudez mental. Devemos estar livre de todo conhecimento intelectual. Está é a prática normal e poderosa para deixar cair a máscara de auto-proteção.
Não devemos, na meditação, separar percepção do campo da percepção. Não devemos ser como um galo que observa um rato. Devemos compreender que o propósito da meditação não é desbloquear a mente, mergulhar profundamente em nós mesmos; ou retirarmos – nos dos problemas do mundo.
A prática deve ser livre e não – conceitual; não limitada pela introspecção e pela concentração. Um vasto espaço de sabedoria não originada e autoluminosa é a base do ser; o princípio e o fim de toda confusão. A presença autoconsciente é o estado primordial, sem preconceitos quanto à iluminação ou não iluminação. Esta base do ser, que é conhecida como a Mente Pura e Original, é a fonte da qual todos os fenômenos surgem. É conhecida como a Grande Mãe, como o útero de todos os campos de infinitas possibilidades, do qual todas as coisas surgem e se dissolvem, em autoperfeição natural e absoluta espontaneidade.
Todos os aspectos dos fenômenos são completamente claros e lúcidos. Todo o universo é aberto e não obstruído, todas as coisas se interpenetram mutuamente. Ao ver todas as coisas como nuas, claras e livres de obscurecimento, não há nada a alcançar ou a realizar. A natureza dos fenômenos surge naturalmente e está naturalmente presente na consciência que transcende o tempo. Tudo é naturalmente perfeito tal como é!
Todos os fenômenos surgem na sua singularidade como parte do padrão de mudança permanente. Estes padrões são vibrantes: como sentido e significado, a cada momento; mas, não devemos atribuir-lhes significado para além do momento em que se apresentam como tal. Esta é a dança dos cinco elementos sutis da qual a matéria é o símbolo da energia e a energia é um símbolo da vacuidade.
Nós somos o símbolo da nossa própria Iluminação. Sem qualquer esforço ou prática, a libertação ou a Iluminação já está aqui – Aqui e Agora (não há nada a fazer, nem a buscar, não precisa de nenhum conhecimento especial, benção de um mestre específico – Você já é!).
A prática diária do Dzogchen é apenas a vida quotidiana em si mesma. Uma vez que os estados não desenvolvidos não existem, não são precisos comportamentos especiais ou tentativas de atingir alguma coisa para além daquilo que já somos. Não deve haver a sensação de lutar para alcançar alguma coisa; objetivo extraordinário ou estado avançado. Lutar por tal estado é uma neurose que apenas nos condiciona e serve para obstruir o livre fluxo da mente.
Devemos também evitar pensar em nós como pessoas sem valor ou mérito; nós somos naturalmente livres e não condicionados. Somos intrinsecamente iluminados. Nada nos falta!
Quando praticamos meditação devemos sentir isso de forma tão natural como comer, respirar ou namorar. O ato de meditar não deve ser tomado como um acontecimento especial ou formal, cheio de seriedade ou solenidade. Devemos compreender que a meditação transcende todo esforço, prática, objetivos, metas e a dualidade entre libertação e não – libertação.
A meditação é sempre ideal, não é preciso corrigir seja o que for. Uma vez que tudo o que surge é um simples jogo da mente, não existe prática de meditação insatisfatória, nem nenhuma necessidade de julgar os pensamentos como bons ou ruins. Por isso devemos apenas sentar na posição confortável escolhida. Ficar simplesmente no nosso lugar, na nossa condição exatamente tal como ela é. Ao esquecer os sentimentos pessoais, não precisamos pensar algo específico como “Estou meditando”. A nossa prática deve ser sem esforço, sem tensão, sem tentativas de controlar ou forçar algo e, sem ficar extasiado ou em estado de lassidão. Se acharmos que estamos distraídos, lascivos ou ansiosos, devemos parar a meditação e descansar ou relaxar um pouco.
Depois podemos retomar a meditação. Se acaso tivermos experiências interessantes, seja durante ou depois da meditação, devemos evitar pensar nelas. Gastar tempo pensando nestas experiências é simplesmente se distrair com uma coisa que não é natural. Estas experiências são apenas sinais da prática e devem ser olhadas como acontecimentos efêmeros. Não devemos tentar re-experenciá-las, porque ao fazê-lo apenas estamos distorcendo a espontaneidade natural da mente.
Todos os fenômenos são sempre novos e frescos, absolutamente únicos e inteiramente livres de todos os conceitos do passado, presente e futuro. São experimentados no não – tempo. A contínua corrente de novas descobertas, revelações e inspiração que surge a cada momento é a manifestação da nossa claridade intrínseca.
Devemos aprender a ver cada dia como uma Mandala; as fímbrias luminosas da experiência que irradia espontaneamente da vacuidade natural do nosso ser.  Os aspectos da nossa Mandala são os objetos do quotidiano, da nossa experiência de vida movendo-se numa dança ou jogo do Universo (Leela). Por este simbolismo o mestre interior revela o profundo e significativo ultimo de Ser. Por isso devemos ser naturais e espontâneos, aceitando e aprendendo com todas as experiências. Isto permite-nos ver o lado irônico e divertido dos acontecimentos que normalmente nos irritam.
Na meditação podemos ver através da ilusão do passado, presente e do futuro; a nossa experiência torna-se um contínuo aqui e agora. O passado é apenas uma memória pouco fiável trazida ao presente. O futuro apenas uma projeção das nossas idéias no presente. E o presente desaparece quando tentamos agarrá-lo. Para que então nos incomodarmos tentando firmar uma ilusão em terreno sólido?
Devemos nos libertar das nossas memórias e dos preconceitos da meditação. Cada momento de meditação é completamente único e cheio de potencialidades. Em tais momentos, seremos incapazes de julgar a nossa prática em termos de experiência passada, teoria árida e retórica oca. Mergulhar simples e diretamente na meditação no momento do agora, com todo o nosso ser, livre de hesitação, aborrecimento ou excitação – isso é ILUMINAÇÃO!
Referência:
Hermes Society –Dilgo Khyentse Rinpoche


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Efeitos da Meditação Mindfulness

Efeitos da Prática da
Meditação Mindfulness
Desde 1967, mais de 1500 estudos foram realizados em mais de 250 institutos de pesquisa independente mostrando que a Meditação Mindfulness pode ser clinicamente eficaz para a gestão do stress, ansiedade e pânico, dor crônica, depressão, pensamento obsessivo, forte reatividade emocional. Esta técnica está sendo usada por uma grande variedade de especialidades médicas porque contribui para a melhora das condições relacionadas com saúde mental.
O centro Médico da Faculdade de Medicina de UMASS obteve resultados médicos com a aplicação da Meditação Mindfulness no programa de redução de stress que contou com a participação de 15.000 pacientes desde 1979 e têm mostrado “uma redução de 35% no número de sintomas médicos e uma redução de 40% nos sintomas psicológicos”.
Programas de Meditação Mindfulness estão sendo realizados em centenas de hospitais, centros de saúde, escolas, programas de bem-estar corporativo, e em prisões em todos os Estados Unidos e ao redor do mundo. Além de reduções significativas no stress, benefícios comprovados da Meditação Mindfulness incluem, mas não se limitam a:
·               Função do sistema imunológico elevado;
·               Menos freqüência e duração de doenças;
·               Melhoria da gestão da dor;
·               Diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial;
·               Melhor qualidade do sono melhor e melhor digestão;
·               Aumento da energia;
·               Melhor função mental aumenta a inteligência e a memória;
·               Melhora na capacidade de tomar decisões;
·               Melhora a irritabilidade, ansiedade e depressão;
·               Melhora nas relações interpessoais;
·               Aumento na resistência à doenças;
·               Auxílio nos esforços na cessação do tabagismo.
A mente e o corpo estão intimamente ligados, a nossa saúde física está sendo muito ligada à nossa disposição mental e emocional. Kenneth Pelletier, PhD, do Stanford Medical School declarou sucintamente: “Mente e corpo são indissociáveis, e segundo a segundo existe esta interação, que exerce uma profunda influencia sobre a saúde e a doença, a vida e a morte”.
De acordo com a Associação Americana de Psicologia, as seis principais causas de morte nos Estados Unidos estão ligados ao stress, doenças cardíacas, câncer, doenças pulmonares, acidentes, cirrose hepática e suicídio; e a pesquisa tem implicado o stress crônico como um dos principais contribuintes para a ampla variedade de doenças e outros problemas de saúde, tais como:
·         Dores de cabeça;
·         Supressão do sistema imunológico;
·         Artrite Reumatóide;
·         Diabetes
·         Distúrbios do Sono
O stress crônico também exerce um efeito muito forte e negativo sobre o cérebro, mesmo alterando as células do cérebro, a estrutura do cérebro e a função cerebral. A pesquisa mostrou que o stress não gerenciado causa:
·      Diminuição a curto e longo prazo da memória;
·      Inibição da formação de novas memórias;
·      Diminuição da capacidade de aprender coisas novas;
·      Diminuição da capacidade de resolver problemas;
·      Diminuição da capacidade de concentração
Através da prática diária regular da Meditação Mindfulness podemos mudar completamente nossa relação com stress e, ao mesmo tempo reduz os efeitos adversos do stress crônico. Toda vez que a pessoa senta para meditar está ativamente apoiando e promovendo a própria saúde e bem estar no coração, mente e corpo.
Saleela Devi oferece o programa de 8 semanas de Treinamento em Meditação Mindfulness, dando aulas individuais, em grupo, empresas e escolas. Para maiores informações, datas e valores, entre em contato pelo e-mail: saliladeva@yahoo.com.br ou pelo telefone (11) 99463-5825

Referência:
·         Barnes PM, Bloom B, Nahin R. Complementary and alternative medicine use among adults and children: United States, 2007 (PDF). CDC National Health Statistics Report #12. 2008.
·         Bonadonna R. Meditation's impact on chronic illness. Holistic Nursing Practice. 2003;17(6):309–319.
·         Cardoso R, de Souza E, Camano L, et al. Meditation in health: an operational definition. Brain Research. Brain Research Protocols2004;14(1):58–60.
·         Caspi O, Burleson KO. Methodological challenges in meditation research. Advances in Mind-Body Medicine. 2005;21(1):4–11.
·         Davidson RJ, Kabat-Zinn J, Schumacher J, et al. Alterations in brain and immune function produced by mindfulness meditation. Psychosomatic Medicine. 2003;65(4):564–570.
·         NCCAM – Clearinghouse
·         J Psychiatry Nuerosci – Simon Young March, 2011



sábado, 1 de junho de 2013

GANESH GAYATRI MANTRA

 Ganesh Gayatri Mantra
Gayatri é uma forma de métrica védica de três linhas especiais normalmente utilizadas em Mantram (Plural da palavra Mantra). Mantram são sons de poder que invocam uma Divindade. Estes sons quando entoados corretamente focam a nossa consciência com a energia que a Divindade representa. Abaixo seguem alguns exemplos de Gayatri que costumam ser recitados em Poojas e Yajnas, formas rituais descritas nos Vedas.
Estes Mantram podem ser recitados usando o Japamala (rosário indiano, feito de cristais, sementes, ossos ou outros materiais naturais e tem 108 contas), são muito poderosos e devem ser entoados acompanhando a respiração, ou de acordo com o ensinamento de um Mestre ou Guru de forma que a pessoa possa obter seus benefícios.
Ganesh Gayatri
Ganesh é filho de Lord Shiva e de sua consorte a Deusa Parvati. Segundo os textos sagrados, Ganesh é o Deus responsável pela remoção dos obstáculos, por ter copilado o Bhagavad Gita ditado pelo sábio Vyasa é conhecido como Deus do Conhecimento ou Deus dos estudantes entre tantas outras características e poderes.
Aum Ekadantaya Vidmahe
Vakratundaya Dhimahi
Tanno Dantih Prachodayat
“Dedicamos nosso pensamento ao Senhor das presas de elefante. meditamos n’Aquele que tem o tronco curvado. Que Suas presas guiem-nos no caminho certo.”
Ganapati Upanishad
As Upanishads são uma parte das escrituras denominadas de Shruti, textos sagrados indianos e fazem parte do Vedanta. Ela discutem principalmente meditação e filosofia e são profundamente respeitadas por serem consideradas instruções religiosas. Cada Upanishad foi escrita por um Rishi, num total de 123 livros sendo 12 as consideradas mais básicas para os estudiosos.
Na Ganapati Upanishad encontramos o seguinte Gayatri:
Aum Tatpurushaya Vidmahe
Vakratundaya Dhimahi
Tanno Dantih Prachodayat
“Dedicamos nosso pensamento para a Pessoa Suprema. Meditamos sobre Aquele que tem o tronco curvado. Que Suas presas guiem-nos no caminho certo”.
Narayana Upanishad
Aum Tat Karataya Vidmahe
Hasti Mukhaya Dhimahi
Tanno Dantih Prachodayat
“Dedicamos nossos pensamentos ao Senhor Misterioso. Meditamos sobre seu rosto de elefante. Que Suas presas guiem-nos no caminho certo”.
Maitrayani Samhita (2,6-9)
Aqui encontramos uma coleção de Mantram para Ganesh.  Os Mantram de Ganesh são considerados Siddhi Mantram, e cada Mantra devidamente entoados se conectam com certos poderes de Ganesh, e devem ser entoados com uma respiração rítmica, fervorosa devoção, intenção sincera e que não seja para desejar mal a ninguém.
De um modo geral, os Mantram de Ganesh produzem bons resultados, afastam o mal, abençoam o devoto sincero com abundância, prosperidade, remoção de barreiras, sabedoria, conhecimento, prudência e sucesso.
Em uma casa dedicada a Ganesh, espíritos malignos não conseguem entrar, nem perturbar a mente do devoto que entoa Mantram de Ganesh. Os Mantram de Ganesh podem ser usados para equilibrar os Cakras, pois Ganesh reside no primeiro Cakra – Muladhara, além de manter a consciência livre dos sinais de depressão, confusão, ciúme, raiva, ódio, medo, pensamentos perturbadores, e outras emoções negativas.
Algumas dicas para quem quer entoar Mantram de Ganesh e outros também. Fazer suas obrigações diárias pela manhã e tomar banho, vestir roupas claras, dê preferência branca ou as cores da Divindade, e o número de japas ou recitações do mantra. Alguns Mantram devem ser recitados por milhares de vezes num prazo determinado.
Algumas Divindades requerem Japamalas com sementes específicas, por exemplo, para Shiva dedicamos Mantram no Japamala de sementes de Rudraksha, Lakshmi a Deusa de Riqueza prefere os Japamalas de sementes de Lotus, no mínimo deve-se fazer um Japamala (uma volta de 108 contas). Sentar em lugar arejado, calmo, procurar conhecer a direção da Divindade, se possível acender uma lamparina de Ghee ou incenso, deve-se escolher um horário fixo (se possível) e no mínimo de 21 dias e alguns podem ser feitos por no Maximo 40 dias, na dúvida procure um Mestre ou um Professor de Mantra. Fazer um Pranayama por alguns minutos. Esta dedicação chama-se Upasana – meditação intensa que traz Siddhis ou poderes espirituais. Mas devo lembrar que para adquiri-los não basta entoar, é preciso, perseverança, dedicação, fé e disciplina.
Outro fator importante deve-se entoar Mantram somente para cura, pedidos altruístas, benefício da humanidade, por exemplo. Abuso do poder do Mantra e mau uso do Siddhi atraem a maldição dos Asuras (espécies de demônios citados nos Vedas). 
Aum Gam Ganapataye Namah
Este mantra é encontrado no Ganapati Upanishad. Pode-se usá-lo quando estiver para fazer uma viagem, iniciar um novo curso ou ir para uma nova escola, uma nova carreira ou um novo trabalho. Também quando for assinar um contrato ou realizar algum negócio licito para que os obstáculos sejam removidos e tudo seja um sucesso.
Aum Shree Gam
Excelente para educação, remoção de obstáculos em todas as áreas. Aumenta a memória, excelente para quem for fazer exames, vestibulares e concursos.
Aum Vakratundaya Hum
Este mantra se encontra no Ganesha Purana e é dito ser muito poderoso. Quando os caminhos parecem tortuosos, desanimados, deprimidos ou negativos, seja em que nível for, Ganesha é chamado para endireitar os caminhos. Pode se r traduzido como “Não se atrase meu Senhor em endireitar meu caminho”. Também é utilizado para afastar demônios ou espíritos malignos. É bom para problemas de Medula Óssea, problemas de coluna vertebral, e o numero mínimo de entoação de 10 Japamalas por dia.
Aum Kshipra Prasadaya Namah
Kshipra é uma palavra sânscrita que significa – instantânea. Se algum perigo ou uma energia negativa estiver vindo e o devoto não souber como evitar a situação, deve entoar japas até sentir que seu pedido foi atendido, a resposta costuma ser  rápida e purifica a alma.
Aum Shreem Hreem Kleem Glaum Gam Ganapataye Vara Varada Sarva Janamme Vashamanaya Swaha
Neste Mantra aparecem os Beejas Mantram – sons sementes, cada Divindade tem um ou mais Beejas Mantram, sons específicos porém sem tradução, alguns Beejas servem para muitas Divindades outros são exclusivos como Gam ou Glaum que são específicos de Ganesh.
Aum Sumukhaya Namah
São muitos os significados, entre eles o pedido para se ter uma alma bonita, um espírito puro. Ao usar este Mantra na meditação a beleza surge de muitas maneiras em nossa vida e junto dela um profundo sentimento de paz que aparece nos olhos e nas palavras.
Aum Ekadantaya Namah
Ekadanta é a palavra sânscrita que se refere à presa do elefante.  Quando Ganesh estava copilando o Bhagavad Gita, Ele quebrou uma presa para usar como caneta. Para muitos estudiosos ter uma presa só significa a quebra da dualidade, e quem mantém em mente este espírito de unidade e devoção sincera pode ser capaz de conseguir tudo.
Aum Kapilaya Namah
É um mantra que eleva a criatividade. Kapila significa vermelho em sânscrito e é também o nome de um Rishi muito importante, sendo considerado o compilador da filosofia Samkhya. Outro significado para a palavra é – desejo de vaca ou vaca da abundancia – isso significa que quem entoa este mantra com devoção sincera pode tornar realidade tudo o que deseja. Principalmente os desejos de cura dos outros.
Aum Gajakamikaya Namah
As orelhas do elefante estão sempre abanando, o que simbolicamente significa que as pessoas falam demais, e por isso o devoto pode não estar recebendo as informações que são realmente importantes. Por isso é um Mantra importante para quem quer desenvolver a capacidade de ouvir a voz de Deus, dos Profetas e Sábios, anjos ou ancestrais. É a capacidade de desenvolver  o ouvido interno.
Aum Lambodaraya Namah
É o mantra para ser entoado quando o devoto quer se sentir como o Universo. Ou que todos os Universos estão dentro de você, assim como a árvore inteira está na semente, o Universo inteiro está no som da criação – AUM ou OM, e que manter a consciência no som OM faz o devoto sentir que ele é o devoto. Se o devoto perceber-se uno com o Universo, a cada dia, a graça de Deus virá e então haverá a Paz Universal.
Aum Vikataya Namah
O significado deste Mantra é perceber este mundo como um sonho ou um drama. Ver este mundo como um drama criado pelo ego, pode manter-nos como uma peça do jogo e não como o jogador. Este mantra é para ser entoado para manter a consciência sobre a Verdade por trás do sonho.
Aum Vighna Nashanaya Namah
Este Mantra invoca Ganesh para remover cada obstáculo na vida do devoto e em suas obras. Através da meditação constante sobre este Mantra, todos os obstáculos e toda energia bloqueada nos corpos são liberados.
Aum Vinayakaya Namah
Vinayakaya é o mundo de ouro de Ganesh. Entoando este Mantra a vida do devoto terá uma idade de ouro, em todos os aspectos, no trabalho, na saúde, na família. Vinayakaya significa que as coisas ficam sob controle. Vinayakaya significa o Senhor dos Problemas.
Aum Dhumraketuve Namah
Nos Vedas o cometa Halley é chamado de Dhumraketu. E os textos dizem que sempre que este cometa aparece não há medo nem terror. E assim como o cometa afasta todo o mal, os mestres dizem que os devotos que tem sabedoria para enfrentar tudo ao fazer a passagem vai para mundo superiores. Este Mantra deve ser entoado por aqueles que querem superar o mal do mundo e substituí-la pela Paz Universal.
Aum Ganadhyakshaya Namah
È um Mantra importante para aqueles que trabalham com grupos, ou para aqueles que levam a cura para grupos.
Aum Bhalachandraya Namah
Bhala em sânscrito significa centro da testa. Chandra significa a Lua no Crescente. Bhalachandra é o ponto do Cakra de onde pingam as gotas do Néctar da Vida – Amrita. E este é o segredo de toda cura. Quem entoa este Mantra sente-se como o próprio Senhor Shiva, que carrega a Lua entre os cabelos, que é Senhor do Néctar da Vida, assim o devoto conecta-se com a Verdade que Cura e dá Vida.
Aum Hreem Shreem Kleem Namo Bhagawate Gajananaya Namah
Significa – Eu me curvo para o Deus Gajanana que concede muitas riquezas. O ideal é começá-lo numa terça feira e fazer no mínimo um Japamala todos os dias.
Vakratunda Mahakaya Suryakoti Samaprabha Nirvighnam Kuru Mey Deva Sarvakaryeshu Sarvada
Significa – Oh! Senhor Vakratunda do tronco curvado e corpo maciço, Aquele cujo esplendor é igual a milhões de sóis, por favor, abençoe-me para que eu não enfrente qualquer obstáculo em meus esforços.
 Referencias:
- Apostila do Curso – Mantram – Sons de Poder – Saleela Devi

- Mantras Que Curam - Thomas Ashley-farrand

- O Livro de Ouro de Otavio Leal

 - The Mantra Book: Chant Your Way to Health, Wealth and Serenity - Lilian Too 

- Mantra Yoga and Primal Sound: Secret of Seed (Bija) Mantras - David Frawley 










-  www. Prophet666. com