terça-feira, 28 de julho de 2015

O Caminho do Coração - Retiro de Meditação e Estudos sobre a Compaixão

Retiro de Meditação
A Sabedoria que vem do Coração – Cultivando a Compaixão
10, 11 e 12 de Outubro – Centro Paulus SP/SP

“O Cultivo da Compaixão não é mais um luxo, mas uma necessidade, para nossa espécie sobreviver” SS Dalai Lama

Por que cultivar a Compaixão? A Compaixão é uma resposta ao sofrimento, nos convida à mudança para poder provocar empatia e preocupação. E desta forma nos sentimos motivados para agir, ajudar e aliviar o sofrimento nosso e dos outros.

Indo além da atenção plena, a compaixão abarca tanto o nível pessoal de nossas  relações interpessoais até o nível global das culturas que interagem entre si. Sua SS Dalai Lama nos ensina que os problemas do mundo sejam eles sociais, econômicos ou ambientais serão mais bem compreendidos através da lente da piedade. É através da Compaixão que a nossa empatia pelo sofrimento alheio pode dar origem ao Altruísmo, assim levamos felicidade imediata e de longo prazo e tranquilidade para as nossas vidas.

O ser humano tem capacidade natural para sentir compaixão. Porém o stress, as pressões sociais, as dificuldades da vida, os problemas da vida cotidiana resultam em problemas físicos, psicológicos e emocionais.  Podemos aprender a cuidar dos outros enquanto desenvolvemos o nosso instinto natural de Compaixão. É um complexo aprendizado que requer paciência, cuidado, ferramentas adequadas e apoio.

Por que se inscrever?  O estudo da Compaixão se estende além de ajudar outras pessoas, mas também para desenvolver a empatia e a resiliência. Isto inclui: a força de estar presente com o sofrimento, coragem de efetuar ações compassivas, resiliência para evitar a fadiga da compaixão. Estas qualidades suportam uma gama de metas como, por exemplo, a melhora das relações interpessoais e profissionais para fazer a diferença em ambientes já desgastados. O estudo da Compaixão melhora a própria saúde, da sentido à felicidade e ao bem – estar, reduz o stress, depressão e ansiedade, melhora a comunicação com os outros.  Capacita a liderança em situações estressantes; melhora as comunicações interpessoais, aumenta a satisfação no trabalho e diminui o sentimento de opressão.

Programação:
·         Aumento da Bondade Amorosa (Loving Kindness);
·         Desenvolvimento de níveis profundos de serenidade, resiliência e criatividade;
·         Estado de plenitude da mente e dos pensamentos;
·         Desenvolvimento da capacidade de concentração e atenção;
·         Acesso a uma variedade de exercícios e técnicas.
·         Pratica da Ba Duan Jin – Os Oito Brocados de Seda
·         Aulas práticas de Mindfulness, Metta Bhavana (Loving Kindness) e Zazen
·         Aulas teóricos / práticas sobre Teoria da Compaixão e Altruísmo - Apostiladas

RETIRO – Nosso Retiro de Meditação e Compaixão foi projetado para desenvolver as qualidades da Compaixão e Empatia para si mesmo e para os outros, com aulas práticas e teóricas que incluem também aulas de Meditação Metta Bhavana (Bondade Amorosa), que é considerada pela investigação científica uma poderosa ferramenta para desenvolver os sentimentos de benevolência, empatia e compaixão.

Público Alvo: O Retiro é projetado para dar suporte a qualquer pessoa que queira cultivar a compaixão por si mesmo e para com os outros. Isto inclui: pais e cuidadores, educadores, profissionais da saúde e terapeutas, executivos e gerentes, líderes do serviço público e indivíduos que procuram desenvolver a espiritualidade, a consciência e a atenção.

As pessoas que trabalham em uma ampla gama de profissões e contextos de vida podem beneficiar-se deste retiro. Nenhuma experiência anterior em meditação é necessária, apenas o desejo de praticar meditação e usufruir de seus múltiplos benefícios aproveitando o ambiente natural do Centro Paulus.

Local: CENTRO PAULUS – Rua Amaro Alves do Rosário, 102 Parelheiros SP/SO CEP.: 04884 - 000

Valor do Investimento: 
Valor do Centro Paulus: R$ 160,00 a diaria (3 dias R$ 480,00) que inclui além quarto para duas ou três pessoas, 3 refeições (Café da manhã/almoço /jantar e mais dois Coffees Breaks);
Valor do Curso que inclui aulas de Meditação Mindfulness / Metta Bhavana (Bondade Amorosa) / Ba Duan Jin (OS Oito Brocados de Seda do Tai Chi) e Estudos sobre a Compaixão (Baseadas na Terapia Focada na Compaixão) - R$ 420,00
 O valor total de R$ 900,00 podem ser pagos à vista, em duas parcelas (Agosto e Setembro) ou via cartão de credito pelo Sistema Bcash em quantas parcelas a pessoa desejar (carrinho de Compras nos BLOG: http://saleeladeviterapias.blogspot.com.br/)

E-mail: saliladeva@yahoo.com.br  ou saleela.devi@gmail.com

Facilitadora – Sonia A F Santos (Saleela Devi) – Dedicada a estudar a saúde mental, as praticas meditativas, o desenvolvimento e a expansão da consciência, atua através do ensino e do atendimento individual ou em grupo, além de coordenar grupos de estudos e praticas em empresas. São mais de 20 anos de experiência como Analista Junguiana, Integral Therapist, Trance Therapist e Mindfulness Therapist.  Trabalha com ferramentas como Arteterapia, Calatonia, Terapia de Regressão, Voice Dialogue, Spiritual & Life Coaching, Hipnose Ericssonina (3ª Geração), Terapia Focada na Compaixão (CFT), Emotional Freedom Tecnique (EFT) entre outras. Coordena Grupos de Estudos de Filosofia Oriental, Meditação, Um Curso em Milagres, Osho D-Programming, além de Retiros de Meditação e Estudos, Programa de 8 Semanas de Mindfulness (MBSR) em empresas e escolas. Atende somente com hora marcada.


Fotos do Local:

Psicologia Budista

Perspectiva Budista da Saúde Mental
O Budismo é mais que uma religião, é também uma psicologia, uma psicologia profunda. Seus ensinamentos estão sendo exaustivamente pesquisados, e deste estudos estão surgindo muitas ferramentas para uso em consultório e nos hospitais como a Mindfulness e a Terapia Focada na Compaixão. A busca pelo alivio ou a cura do sofrimento (ou aflição) é a sua principal premissa, o sofrimento existencial vem da doença, velhice e morte. Este insight fez com que Sidharta Gautama fizesse uma jornada espiritual para buscar as respostas para cessar com o sofrimento, e dela resultou o seu despertar.

Este insight central sustenta a abordagem Budista para a saúde mental. O núcleo dos ensinamentos budistas está nas Quatro Nobres Verdades, elas enfatizam a realidade da aflição: “A Nobre Verdade do sofrimento, aflição, é esta: nascimento, velhice, doença, morte, tristeza, lamentação, dor, depressão e agitação são sofrimentos. Dukkha está sendo associado com o que você não gosta, sendo separado do que você gosta, e não é capaz de obter o que deseja”. (Samyutta Nikaya 61.11.5). Em suma, a vida humana está inegavelmente ligada a situações angustiantes.

Da aflição, surge o desejo – Segunda Nobre Verdade. Podemos ver nesta afirmação o progresso da angustia mental e da construção das defesas psicológicas e finalmente dos estados mentais auto destrutivos associados com a saúde mental grave como respostas para as angustias e aflições – um processo de crescimento da fixação. Este apego em si é uma resposta à aflição que ocorreu. Poderíamos explicar assim: diante de um problema (aflição), por hábito ou comportamento as pessoas buscam a distração ou o conforto, principalmente no nível dos sentidos. Com o tempo isto pode se tornar uma repetição do hábito de buscar se distrair o que leva ao segundo ponto a – autoconstrução.  Quando o problema persiste, a autoconstrução pode não ser suficiente para fornecer distração e assim ela se divide em impulsos destrutivos.

Este processo de autoconstrução na Psicologia Budista se chama Dukkha. O ato de criar e manter a auto perspectiva multiplica a dor na qual se baseia a ilusão. E poderíamos analisar desta forma as outras Nobres Verdades. Os ensinamentos budistas incluem também a Originação Interdependente na qual a mentalidade comum é mantida através de um ciclo de vida condicionada.  Vários ensinamentos fundamentais mostram como as pessoas constroem a sua realidade e, portanto o Self através do apego e do desejo.  Este processo pode ser positivo ou negativo. Atração e aversão surgem a partir das nossas reações ao mundo material, e das reações a base da mentalidade global.

A Psicologia Budista propõe uma serie de ensinamentos para treinar a mente. Um deles é a meditação, são muitas as técnicas que evoluem com a prática disciplinada que permitem a compreensão dos condicionamentos e do despreendimento dos objetos do desejo.

Os diversos ensinamentos budistas e exercícios práticos oferecem orientação para aqueles que trabalham na Área da Saúde Mental. Além das Quatro Nobres Verdades a Psicologia Budista também possui três pilares importantes: Sila, Samadhi e Prajna.

·         Sila – Podemos traduzir como disciplina ou a estrutura ética da vida. Para o Budismo viver bem devemos ser moralmente sãos, cuidar dos outros (Compaixão, Altruísmo e Bondade Amorosa), ter uma vida sóbria e respeito por todos os seres vivos. Este estilo de vida proporciona o cultivo de estados mentais mais saudáveis.
·         Samadhi – Este é o estado de espírito que se encontra uma pessoa que está ligada à terra espiritualmente. É também o estado de êxtase que pode resultar da prática disciplinada da meditação. Do Samadhi surgem os estados de calma e plenitude alinhados espiritualmente, que proporcionam uma mudança duradoura e até mesmo definitiva no praticante.
·         Prajna – Entendimento ou sabedoria – ver profundamente. No Prajna experimentamos a integração dos conhecimentos que os ensinamentos budistas oferecem.

A abordagem da Psicologia Budista para a Saúde Mental baseia-se no afrouxamento da preocupação com a identidade, é um convite para uma mudança  na rigidez dos pontos de vistas, incentiva a conexão com os outros e com o meio ambiente. Sabemos que uma pessoa tranquila, mentalmente saudável não permanece preocupada consigo mesmo o tempo todo, interessa-se pelas causas sociais, tem um senso de realidade e visão de mundo moldado no todo e não no individualismo. Fundamenta-se na importância de olhar para a realidade das coisas como elas realmente são.

É importante salientar que o Budismo não postula a devoção a uma divindade que intervêm nos sofrimentos humanos, assim como tem o Cristianismo e outras religiões. No Budismo o sofrimento (Dukkha) tem dois tipos – aquele que surge das circunstâncias existenciais e aquele que surge da mente condicionada. O primeiro tipo é incentivado a ser enfrentado com coragem, o segundo deve ser tratado com a quebra dos padrões habituais de fuga das aflições. Quando o indivíduo não consegue curar ou cessar o sofrimento destas formas, ele deve ser visto como sendo um portador de um estado digno de compaixão e não de condenação, e aqui surge a importância da Terapia Focada na Compaixão e o incentivo a que todos se tornem altruísta.

Em resumo – os ensinamentos budistas nos incentivam a buscar a compreensão do processo mental, e oferecem muitos métodos práticos para o trabalho psicoterapêutico, muito são semelhantes aos métodos terapêuticos ocidentais, por exemplo, no trabalho com medo e pavor (Majhima Nikaya 4) é semelhante a dessensibilização, temos também a análise dos sonhos no (Nikaya 23) como na Análise Junguiana. A contribuição da Psicologia Budista mais estudada atualmente está nas técnicas de acalmar e concentrar a mente, muito importante também é a visão da compaixão e sabedoria como pedras angulares para a melhora da saúde do ser humano.


Estou abrindo uma lista de pessoas interessadas no curso de Psicologia Budista, Programa de 8 semanas de Mindfulness e Terapia Focada na Compaixão. Os interessados podem enviar e-mail para saleela.devi@gmail.com.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Destaque-se - Seja um Líder Consciente

Como a Compaixão e a Meditação podem desenvolver
líderes conscientes


 
O mundo está em constante mudança, em todas as áreas e aspectos da vida pessoal e profissional. São mudanças políticas, econômicas, climáticas sociais e nos relacionamentos interpessoais.  Planejamos hoje e sem muito esperar temos que mudar nossas metas e objetivos. Isto trás insegurança, stress, depressão, ansiedade, problemas cardiorrespiratórios, circulatórios, endócrinos, doenças autoimunes e muito mais nos mostrando que o caminho que estamos percorrendo está errado ou estamos nos agredindo, ou agredindo ao outro seja no trabalho seja na vida pessoal.
Algumas pessoas ainda conseguem parar por um momento para praticar um esporte, Yoga, Pilates, andar de bicicleta, mas na verdade a grande maioria parece ter perdido a noção da relevância de olhar para si mesmo e buscar as causas internas daquilo que não está funcionando. É preciso coragem, porque o autoconhecimento e a transformação exigem muito esforço, disciplina, persistência, em  suma dá trabalho!

Nas empresas é ainda pior, falhas na liderança corporativa causam abalos em todo nível corporativo e no público. Ainda podemos observar líderes que colocam o próprio interesse à frente de empresa. É difícil para muito assumir as responsabilidades inerentes ao cargo e aos danos causados. E quando a confiança é perdida, fica muito difícil reconquistar.

Falhas e fracassos na tomada de decisões dentro das corporações ou na vida profissional em geral não ocorrem necessariamente por falta de experiência, falta de inteligência ou capacidade.  Líderes mal sucedidos podem na verdade terem problemas de equilíbrio emocional, dificuldade de trabalhar sob pressão ou de ajustar as decisões tomadas de acordo com as mudanças externas, com as distorções contábeis, negociações políticas dentro e fora da empresa.

Podemos considerar líderes conscientes como aqueles que são genuínos em suas intenções e compreendem que o verdadeiro propósito de sua liderança é servir aos seus clientes, colaboradores e investidores, seu auto interesse está no ultimo nível de consideração. O líder consciente procura tomar decisões dentro de valores e princípios consistentes, constrói relações interpessoais de confiança, é disciplinado e procura motivar toda a hierarquia sob sua responsabilidade independente das dificuldades. Isto exige inteligência e equilíbrio emocional, autoconhecimento, autoconsciência, um profundo senso de si mesmo e do impacto que suas ações causam em sua equipe e na qualidade do trabalho apresentado.

Obter esta autoconsciência e autoconhecimento, ou seja, uma profunda compreensão de si mesmo, tornou-se hoje tão relevante quanto ter um excelente preparo acadêmico. Sem querer de alguma forma impor as crenças budistas, mas aproveitando todos os conhecimentos profundos que elas proporcionam e que podem ser aplicados em qualquer lugar, sabemos que as técnicas de meditação levam o praticante disciplinado a alcançar um nível profundo de excelência em auto controle, desenvolvimento de consciência e auto estima. Seus benefícios estão sendo exaustivamente pesquisados cientificamente, são inúmeros os protocolos dos estudos realizados em universidades de ponta nos Estados Unidos e Europa, e são muitas as empresas aproveitando estes estudos e aplicando em todo o staff corporativo.

A pratica da meditação e entre elas a Mindfulness permite que os líderes estejam focados, presentes, conscientes de si, dos outros, do impacto de suas decisões sobre toda a corporação, clientes e investidores, consegue reagir de forma sensível e compassiva diante de situações estressantes. Líderes conscientes são mais eficazes e eficientes, buscam compreender e se relacionar com o outro de forma a conseguir compartilhar os objetivos a serem alcançados.

Nos dias atuais ser auto compassivo significa acima de tudo ser equilibrado emocionalmente, conhecer os próprios limites tanto a nível de ação como a nível cognitivo. Diante dos momentos de grande stress, pressão e incerteza na vida pessoal ou profissional, o líder consciente mantem a calma e lucidez. Entre as opções de lutar, fugir ou se esconder, ele vai à direção daquela que lhe permite fazer o que é melhor para todos e não só para si mesmo. Também é capaz de ser compassivo, empático e altruísta com o outro e com o mundo, reconhecendo que cada ser humano tem a sua própria capacidade de  suportar o sofrimento, de lidar com a pressão e o stress, ele não exige aquilo que o outro não pode dar, mas aciona toda a equipe para fortalecer e compartilhar as habilidades de cada um diante das necessidades do grupo, para que todos possam crescer juntos, ele mantêm a moral elevada e motivada respeitando os momentos e as histórias de seus liderados, aceitam as fraquezas, falhas e vulnerabilidades, reconhecem seus erros e contribuem com o desenvolvimento de todos. Podemos certamente dizer que um líder consciente é mais autêntico e sabe e quer lidar com  a autenticidade de todos, sabe aproveitar as oportunidades de crescimento que são positivas. Proporciona feedbacks honestos, treinamentos e ajuda a todos a permanecerem no caminho escolhido.

Uma pesquisa neurológica do Prof. Paul Lawrence da Universidade de Harvard demonstra o impacto da meditação sobre o cérebro. Meditar remodela o cérebro afetando diretamente a inteligência emocional. Segundo o Prof. Paul Lawrence a mente pode ser remodelada para a liderança. Seu trabalho se baseia na teoria original de Charles Darwin de que “Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem a mais inteligente, mas a mais adaptável a mudar”. E ele estende essa teoria no que ele chama de “Darwin renovado” para desenvolver as qualidades de liderança.  Sabemos a muito tempo que a meditação oriental ensina o líder a integrar quatro fatores – segurança, aquisição de material, conexão com os outros e a busca de um sentido -  em um processo de tomada de decisões integrada.

Não são poucos os líderes conscientes que buscam o autoconhecimento e a autoconsciência, participando de grupos de estudos, grupos de meditação e retiros, tirando proveito dos momentos de introspecção para perceber com maior nitidez quais são os obstáculos que ainda tem que remover, onde suas convicções são rígidas demais, aprende técnicas de cultivo do equilíbrio emocional. Também busca a autoconsciência no set psicoterapêutico sabendo que quando expõe a própria dor ou sofrimento também aprende a lidar com o sofrimento alheio.

Acima de tudo o objetivo deste artigo é ajudar a criar uma nova geração de líderes mais conscientes e autênticos para que possamos todos juntos restaurar o nível de confiança nas organizações.  Afinal um mundo harmonioso, compassivo e altruísta não precisa ser apenas uma utopia, só depende de cada um de nós fazer a nossa parte.














terça-feira, 21 de julho de 2015

Ensinamentos Orientais para transformar a sua vida

Grupo de Estudos de Filosofia Oriental

Estamos formando um Grupo de Estudos do Pensamento Filosófico Oriental com o objetivo de aprendermos com os conhecimentos dos textos canônicos orientais, de forma acessível e aplicável a todas as pessoas que desejam a transformação interna com o objetivo de alcançar a auto realização e o autoconhecimento.

A busca pela espiritualidade começa com o profundo desejo de transformação, e isto é um objetivo ambicioso, exige disciplina estudo e esforço, por isso criamos um curriculum cujo eixo são os textos e mestres do Oriente que apresentam grandes temas sobre o ser humano e sua relação com o Universo, de modo que cada aluno pode conhecer a si mesmo e a descobrir o seu propósito na vida.

A Filosofia Oriental aliado a técnicas de meditações avançadas mostram um caminho a ser percorrido a partir do estado de sono ao estado de vigília, das trevas em direção à luz, da ignorância à sabedoria, é um caminho luminoso percorrido por inúmeros mestres como Nisagadhartha, Sankara, Ramana Maharishi, Maharishi Mahesh, entre tantos outros, e textos como Bhagavad Gita, Upanishads, Bhairava Tantra, Sutras Budistas Taoistas entre tantos outros que conduzem à transcendência. Além de poder aperfeiçoar sua prática meditativa e conhecer técnicas avançadas como Vipassyana, Dzogchen, Mahamudra entre outras.

Percorrer este caminho proporciona a investigação de crenças e comportamentos, purificação da sua verdadeira natureza, conhecimento sobre seu corpo físico/mental e emocional, o equilíbrio das suas emoções e pensamentos de forma a acessar estados superiores de consciência.

Estudar e meditar em grupo promove incentivo nesta jornada aberta a todas as pessoas que desejam fazer a diferença na sua vida, descobrir quem realmente é, porque está aqui, e para onde o caminho que está percorrendo irá leva-lo, transformando quem você é. Oferecer acesso a profundos ensinamentos e experiências é o objetivo deste grupo de estudos.


São encontros semanais com duas horas de duração, que acontecem todas as quintas feiras das 19h às 21h na Chácara Santo Antônio em São Paulo/SP. Se você sentiu o chamado entre em contato com a facilitador Saleela Devi pelo e-mail: saleela.devi@gmail.com para maiores informações.

O silêncio Mental

Estava dando uma prática de meditação dinâmica para refugiados. Era uma forma de ajuda-los a liberar as tensões  do corpo físico diante de tanto stress, traumas e marcas de um passado doloroso. Estavam todos entregues ao exercício proposto, atentos aos movimentos aliados à respiração. Uns com movimentos mais duros, pareciam robôs dançando, outros que já estavam mais ambientados, iniciando uma nova vida, deixando o passado para trás até onde é possível dançavam mais soltos. Ao observá-los percebia como o corpo revela a história pessoal de cada um. Como já não é mais possível fazer um trabalho psicológico que não esteja de alguma forma compartilhada com o corpo físico, pois este muitas vezes consegue dizer mais do que as palavras.
No entanto ao incentivá-los  à prática meditativa passiva, onde o foco passa a ser o silêncio mental, pude perceber as dificuldades de cada um ainda mais visível. Eu já sabia por experiência que seria muito difícil mantê-los naquela postura por um tempo mínimo necessário para que o silêncio mental  produzisse os efeitos benéficos que a prática produz. Mal consegui mantê-los por mais que cinco minutos em uma postura ereta, com a respiração nasal e o corpo tranquilo e relaxado.

Ao compartilharmos os sentimentos e sensações após a prática, o que mais ouvi foi a dificuldade de não pensar, de manter o silêncio mental, de apenas observar a respiração e o fluxo de energia. Até mesmo as freiras que participavam da dinâmica, supostamente mais tranquilas alegaram a dificuldade de manter este estado de vazio pleno de tudo.

O silêncio mental aprofunda meu entendimento de quem eu sou, de onde eu vim e para onde eu vou, questões muito importantes para o autoconhecimento, principalmente quando estamos atravessando momentos de obstáculos, transformação, medos, isolamentos entre tantas experiências que movimenta nossa loucura interna. Ele também ajuda a manter a mente focada e a despertar o corpo, ajuda a acalmar e vencer as forças que nos ameaçam constantemente na vida cotidiana.

Nossa mente está sempre inundada de imagens e sons  ou vozes assustadoras, são as nossas próprias cobranças, pressões  e agitações. Como é difícil manter a calma por alguns minutos que sejam para podermos fazer as melhores escolhas, tornar o caminho mais claro e até onde for possível manter o controle dos nossos projetos. O silêncio mental ativa a consciência sensorial, e é através dela que recuperamos o nosso sentido de segurança no mundo em que vivemos.  Permite-nos também lidar com os traumas, as coincidências oníricas, os sentimentos de presságios. Acima de tudo posso deixar de ser o sapo na panela quente, sempre arrumando uma desculpa para pular fora enquanto é tempo e buscar uma outra saída que não seja a de ser cozinhada pela água fervente.

Poucas são ainda as pessoas que se possibilitam participar de um retiro de meditação, na verdade de proporcionarem a si mesmas um encontro mais profundo e revelador com o seu Self para poder responder as perguntinhas básicas: Quem sou eu? De onde eu vim? Para ponde estou indo? O que estou fazendo aqui?

Um retiro é antes de tudo a possibilidade de reduzir o clamor da vida diária, é a oportunidade de fazer descobertas, de despertar emoções e experiências poderosas, de aprender a regular ou cultivar o equilíbrio emocional, de levantar o tapete e sacudi-lo para libertar tantas emoções e histórias a muito tempo escondidas. Sentar-se por algum tempo, de forma disciplinada e correta para vivenciar o silencio mental, intermediado por aulas ou outras práticas enriquecedoras, respirar um ar mais puro que o das grandes cidades, proporcionar a si – mesmo um auto encontro fortalecedor.

Percebi naquele momento que se fosse possível  levar todos eles para passarem dois ou três dias distantes de tantos momentos difíceis eles com certeza voltariam com um olhar diferente para um mundo novo que se abre. Da mesma forma que quando apenas escuto um paciente falando de sua angústia no consultório imagino quanto mal causam as emoções desequilibradas e a dificuldade de parar por um momento diariamente para balanceá-las.


Todas as vezes que levei alunos das turmas de Mindfulness ou da Oficina de Meditação e Saúde, obtive um incentivo ainda maior para continuar a proporcionar este encontro com o Self. É logico que sempre tem um ou outro aluno que não gosta do que encontra, que na verdade preferia não ter levantado o tapete, e eu me pergunto como é difícil buscar a transformação. Outros, no entanto, fazem profunda descobertas, provocam mudanças de comportamento e crenças negativas. Quando retornam às aulas de meditação conseguem revelar o quando o silêncio mental deixou de ser assustador mas tornou-se  fortalecedor.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Quando o corpo fala

Mindfulness das Sensações e a Psicoterapia
Durante o processo psicoterapêutico costumo fazer um exercício de Mindfulness das Emoções ou das Sensações, e desta forma buscar reconhecer a importância de observar o que os sintomas, sensações, sentimentos ou emoções que o corpo vem mostrando ao longo do tempo. É preciso compreender a importância do corpo físico e de tudo o que ele pode revelar, o corpo é um grande e complexo arquivo de informações, e é também uma poderosa fonte de cura.
À medida que o cliente vai executando o exercício, sensações e sentimentos vão surgindo, revelando muitas repressões, cortes, falta de entendimento da linguagem simbólica, porque temos a tendência de justificar os sintomas com desculpas baseadas nas limitações da vida cotidiana ou do meio ambiente, ou nas adaptações fisiológicas e até mesmo psicológicas para tudo aquilo que sentimos fisicamente. Mas o que não nos damos conta é que por mais que tentemos esconder debaixo do tapete, os sintomas ou sentimentos sempre estarão lá esperando por um momento de nossa atenção.
Usar técnicas ou abordagens que permitam trabalhar com o corpo durante a psicoterapia proporciona uma maior compreensão dos processos mentais e emocionais, experiências e cura que muitas vezes as abordagens que de terapia convencional não conseguem compreender, já que o corpo e todo o seu conjunto de sensações físicas aliadas às emoções e sentimentos podem não passar pelo controle da consciência. Como a Mindfulness proporciona o desenvolvimento da concentração e da atenção, nos tornamos mais centrados, presentes e  conscientes do que acontece conosco interna e externamente, aprendemos a lidar melhor com as nossas preocupações, diminuímos nossos pensamentos ruminantes ou fantasiosos, ficamos mais conscientes das nossas sensações físicas, da conexão entre o surgimento de uma emoção e seu reflexo no corpo, principalmente quando é uma emoção destrutiva como a raiva ou o apego, aprendemos inclusive a controlar nossos impulsos e hábitos comportamentais diante delas.
Aparentemente uma leitura corporal das sensações aliada as emoções junto com a psicoterapia permite que o cliente mobilize seus próprios recursos internos, desenvolvendo e expandindo a consciência, compreendendo melhor a necessidade de mudanças de comportamentos nocivos, e de que como deve proceder diante dos momentos dos conflitos na vida cotidiana para relaxar, liberar tensões e energias que uma vez acumuladas causam problemas respiratórios, insônia, tensões musculares entre tantos outros sintomas ainda muito mais complexos e muitas vezes silenciosos. Já que o Psicoterapeuta pode contribuir ensinando ao cliente técnicas de relaxamento, aterramento, respiração, alongamentos ligados à práticas meditativas entre outros recursos físicos e psicológicos para valorizar os corpos físico/mental e emocional, o que trás segurança, confiança e aumenta a autoestima.
Durante o processo psicoterapêutico o cliente aprende a valorizar as sensações e sintomas que o corpo físico revela, porque ele torna-se um observador de seus movimentos, formas de comunicação e experiências. E os benefícios são múltiplos:
·      As emoções são uma resposta instintiva às diversas situações da vida, elas dão significado às experiências e acontecimentos. Move-nos à ação. As sensações emocionais costumam serem profundas cheias de sutilezas e nuances. Compreendendo nossos sentimentos e estados emocionais compreendemos também as sensações corporais proporcionados por elas, é um árduo trabalho cognitivo.
·      Durante a Psicoterapia o cliente vai tomando maior consciência das causas de suas tensões e constrições, dos motivos que o levam a sufocar sentimentos, emoções, a bloquear sua energia e vitalidade.
·      Olhando para dentro de sim ele estabelece contato com suas crenças, principalmente aquelas que são danosas, o que alimenta a necessidade de provocar mudanças, reavaliar a necessidade de manter a crença, hábito ou comportamento no momento presente de forma mais consciente do que aconteceria se apenas continuasse discursando sobre o tema.
·      A prática de exercícios da Mindfulness das Sensações aliada aos exercícios da  Terapia Focada na Compaixão, leva o cliente a estabelecer um contato mais profundo com o ritmo natural e sem esforço da respiração, a ter movimentos menos tensos e ansiosos, a agir de forma consciente e a buscar a compreensão sob o significado do sintoma assim que ele surge. Desta forma, os corpos físico, mental e emocional atuam de forma conjunta e coordenada para lidar com os desafios diários da vida pessoal e profissional sem sobrecarregar os corpos, ajudando no processo de cura, desenvolvendo a consciência de si.
Quando o cliente e o terapeuta trabalham em conjunto para uma maior conscientização sobre a ampla gama de sensações, sintomas, atos compulsivos, eles desenvolvem uma poderosa ferramenta para uma vida com mais sabedoria e prazer. O autoconhecimento pode:
·      Ensinar o indivíduo a lidar melhor com os níveis de ansiedade/stress/depressão ou tensão;
·      Criar uma base mais segura para buscar a realização de metas e sonhos;
·      Tornar-se uma fonte de informação, intuição e conhecimento que muitas vezes nem nos damos conta que possuímos;
·      Encontrar mais fontes de alegria e prazer de viver;
·      Encontrar sua própria maestria para lidar com os obstáculos do caminho, transições difíceis, problemas de relacionamentos  interpessoais, ter uma liderança mais consciente na vida profissional, lidar com questões de identidade, dor ou perda.
Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas pelo psicoterapeuta: Método Feldenkrais ou Rolfing, Yoga, Tai Chi, Análise Bioenergética, Método Hakomi ou EMDR. Alguns são mais psicológicos outros mais físicos ou parecidos com exercícios de dança, mas podem produzir resultados semelhantes. Eu pessoalmente prefiro a Mindfulness e a Terapia Focada na Compaixão, pois ela aprofunda a compreensão cognitiva, fornece uma consciência profunda e cognitiva e gratificante de si e do outro. Observo os clientes tornarem – se mais estáveis emocionalmente, terem um maior crescimento, mais dinâmicos em suas buscas pelos processos internos de mudanças.
Sonia A F Santos – Analista Junguiana, Psicoterapeuta Integral, Mindfulness Therapist – Atende com hora marcada (e-mail: saleela.devi@gmail.com). Mais informações nos Blogs: http://seratentomindfulnessterapias.blogspot.com.br/  ou http://saleeladeviterapias.blogspot.com.br/


sábado, 11 de julho de 2015

Meditação X Concentração X Atenção


A meditação é uma forma de equilíbrio mental. Com a prática cultivamos duas qualidades distintas da mente: Atenção Plena e Concentração. São duas qualidades que atuam juntas, por isto é muito importante que sejam desenvolvidas juntas e de forma equilibrada.  Se uma delas for reforçada à custa da outra, o resultado final fica perdido, e meditar realmente se torna impossível.
Concentração e atenção possuem distintas funções. Cada uma tem o seu próprio papel a desempenhar em uma prática meditativa, e a relação entre elas é definitiva e delicada. Concentração é também conhecida como a unidirecionalidade da mente.  Ela consiste em forçar a mente em permanecer focada em um ponto estático, um objeto ou um som por exemplo.  É uma atividade forçada. Pode ser desenvolvida pela força, a força de vontade incessantemente pura. Depois de aprendida e desenvolvida ela sem mantém com menos força. É a concentração  que alimenta a atenção, que a mantém fixa a um item se ele qual for. É a concentração que faz o trabalho definitivo de manter a atenção plena no objeto escolhido.  São parceiros, e sem esta aprceria a meditação se perde.
Podemos definir a concentração como sendo a capacidade da mente de se concentrar unicamente em um objeto sem interrupção (lembre-se isto não é meditação). A verdadeira concentração é uma forma saudável de manter a unidirecionalidade da mente, mas com certeza não é ela que causa a libertação. Manter o foco de forma ininterrupta em algo negativo ou que estimula emoções destrutivas não irá ajudar o praticante em nada, na verdade pode até ser prejudicial. A concentração  deve ser feita de forma livre de qualquer  coisa que a contamine, por isto no inicio do aprendizado é importante estar acompanhado de um instrutor com quem possa  escolher o melhor objeto. Mestres Budistas indicam que o melhor objeto é a nossa respiração. Através da concentração podemos  alcançar as profundezas da mente.
A busca pelo lugar perfeito para meditar é individual, monges preferem seus mosteiros ou uma floresta, ou uma caverna nos Himalaias.  Para nos concentrarmos de forma profunda certas condições especificas, pelo menos no inicio podem ser fundamentais, como a criação de um ambiente físico, emocionalmente libre de distrações. O desenvolvimento da concentração pode ser bloqueado pela presença de certos estados mentais que são conhecidos como os cinco obstáculos. São eles: ganância pelo prazer sexual, ódio, letargia mental, agitação e vacilação mental.
É por isto que um mosteiro é um ambiente controlado, nenhum membro do sexo oposto é autorizado a viver de forma conjunta. Os monges também não têm posses, não há disputas por propriedades, ganância e cobiça. Para nos concentrarmos de forma profunda devemos nos esquecer de todas as ninharias. Por isto que o recolhimento em alguns lugares facilita o aprendizado da meditação, enquanto que aprender a meditar ao mesmo tempo que se leva uma vida cotidiana agitada fica muito mais difícil. É bom saber que tem gente cuidando de você enquanto você está se dedicando a meditação.
Já a Atenção Plena, é livre de todos estes inconvenientes, não depende de qualquer circunstancia em particular, é apenas perceber o objeto escolhido de forma pura. A atenção plena não é limitada por qualquer condição. Todos nós temos em certa medida de atenção, em alguns momentos diários, e ela pode surgir sob qualquer circunstancia. Além disto, a atenção plena não tem objeto fixo em foco. É apenas uma observação.  A atenção pode ter um numero ilimitado de objetos a ser observado.  É como olhar para o que está se passando pela mente sem nada julgar ou classificar. As distrações e as interrupções são notadas com a mesma quantidade de atenção que os objetos escolhidos para meditar.  Em um estado de atenção plena, a atenção apenas flui junto com todas as mudanças que estão ocorrendo na mente.
Não desenvolvemos a atenção plena pela força.  Se forçarmos, impediremos nosso progresso no desenvolvimento da atenção. Atenção plena não pode ser cultivada pela luta. Ela simplesmente cresce, por percebermos as coisas como elas são, por deixarmos ir, apenas estabelecendo no momento de forma confortável com o que estamos enfrentando naquele momento.  A atenção plena não acontece por si só. Mas em vez de força, precisamos de energia e esforço. E esforço não é força.  É um esforço suave, um esforço sem esforço. Desenvolve-se a partir do momento que mantemos a consciência de tudo o que está acontecendo no momento de forma suave. Disciplina, persistência e um leve esforço são os segredos. Precisamos aprender a nos “puxar de volta ao momento” gentilmente, a nos mantermos conscientes do momento.
Não existe um “EU” quando estamos em um estado de atenção, não a um estado de egoísmo. É na atenção que temos uma perspectiva real de nós mesmos. É a atenção que permite que você possa concluir: Ah! Então é assim que eu realmente sou! Sim, você irá saber como você realmente é! Irá perceber seus comportamentos nocivos, suas mentiras (até aquelas que você conta para si mesmo sem se dar conta, o auto engano e a autosabotagem). Você vai ver o que realmente está por trás do Véu de Isis. A atenção plena leva à sabedoria.
Atenção não é para você conseguir nada. No momento em que você está no estado de atenção plena, desejo e aversão não estão envolvidos. Não há lugar para competição ou luta. Atenção plena não visa nada, ela somente permite que você veja o que está lá!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Levando a Compaixão para o Trabalho


Princípios Budistas Para Ser Um Líder Consciente

Ninguém precisa ser budista ou ter uma crença em religiões orientais para praticar a meditação, como Instrutora de Meditação e Professora de Mindfullness, minha maior intenção é tornar a meditação aceitável em qualquer ambiente, para qualquer pessoa, independente de onde ela vem no que acredita, no que faz ou de sua idade ou formação, afinal meditar é um momento onde você está acompanhado somente da sua mente.

Parece que quando falamos de Compaixão, Empatia, Altruísmo ficamos presos a trabalhos voluntários ou quanto muito a trabalhos terapêuticos ou médicos. Mas aprendi a muito tempo, como Psicoterapeuta e Professora de Filosofia Oriental e Meditação, que estes temas podem ser aplicados em qualquer lugar. Sim até mesmo no ambiente profissional.  Todos os ensinamentos budistas parecem estar cada vez mais presentes e se tornando cada vez mais relevantes devido talvez ao incentivo dado às práticas meditativas, principalmente a Mindfullness tanto como terapia complementar da Área da Medicina e nos tratamentos de Saúde Mental, como também na Educação. Grandes corporações já possuem salas de meditação com professores contratados para ensinar as técnicas de forma correta, afinal meditar não é ficar sentado ouvindo uma música qualquer ou apenas ficar quietinho, é com certeza muito mais do que isso.

Agora podemos encontrar diversos livros que tratam da Compaixão e da Empatia também no ambiente profissional, como os livros do autor Lodro Rinzler (Editora Shamballa), que entre os cinco livros que ele já escreveu temos um bastante interessante – “O Budha entra no Escritório”, onde ele estabelece um roteiro de seis pontos em direção à – Liderança Compassiva. Lodro diz “Eu não posso nem imaginar como os ensinamentos se aplicam em um ambiente monástico, porque eles são tão aptos para o mundo corporativo de hoje. A ideia aqui é – como podemos manifestar a compaixão do Budismo?”.

Os Seis Pontos:

·         BENEVOLÊNCIA – Precisamos de mais espaço quando nos deparamos com a velocidade e os níveis de agressividade que existem nos ambientes profissionais. É como a prática do Jiu Jitsu, onde os alunos aprendem a lidar com a agressividade e mesmo tempo a obter mais espaço. Desta forma, podemos infundir um senso de diversão em todas as atividades e aprender a não levar todas as coisas tão a sério e de forma tão estressante, ansiosa ou depressiva, afinal nem tudo deve ser levado para o lado pessoal, significa acima de tudo observa a raiva das outras pessoas e não alimentar o fogo interno.
Ensina Lodro: “Para mim, tudo se resume a separar a ideia de que a nossa vida espiritual e a vida familiar são diferentes do nosso trabalho. Não é como viver uma vida dupla, porque ela drena a nossa energia a longo prazo. Quanto mais dermos uma perspectiva holística ao nosso trabalho – melhor, e o quanto mais nos relacionarmos com os outros com base nos nossas vida pessoais, melhor!”.
·         VERDADE –A Verdade deve estar baseada na lógica budista em torno do nosso estado inerente. Em Shamballa, falamos sobre isto como a “Bondade Fundamental””. Acreditamos que sob todos as nossas camadas, todas as pessoas são basicamente boas. Não, elas não são basicamente más em si mesmas. Quando o seu colega de trabalho é chato com você, ou quando existem obstáculos no trabalho que a um primeiro olhar paraecem intransponíveis, é hora de acreditar no ponto de vista budista que existe uma bondade fundamental em você e também nos outros. É preciso ter a convicção na capacidade inerente de cada ser humano.
“O nível de confiança ocorre quando observamos esse aspecto da verdade, que é acima de tudo reconhecer a bondade fundamental nos outros e reconhecer a nossa própria bondade. Existem alguns níveis muito básicos de ganhar o respeito e a confiança das pessoas ao longo do tempo. Você até pode ter o ponto de vista do “eu, eu, eu”, mas mesmo que você apenas levante o olhar um pouco irá aprender a interagir com os seus colegas de trabalho a partir desta perspectiva, e principalmente irá notar uma mudança em toda a dinâmica do escritório”.
·         GENUÍNO –Ser genuíno é estar presente o suficiente para ver a situação pelo que ela realmente é”. É preciso parar, ou retardar um momento para ver a realidade de uma situação e poder concluir pela lógica  o que de fato está acontecendo. Mas os erros fazem uma grande parte do caminho espiritual. Nós tropeçamos no caminho, caímos e levantamos, caímos novamente e ainda assim sempre a muito que se poderia fazer. Somente reconhecendo o erro, perdoando a si mesmo e se comprometendo a nunca mais cometer o mesmo erro novamente, e é nesta ultima parte que aprendemos que precisamos de muita disciplina.
·         DESTEMOR –Não significa estarmos sem medo, mas sim aprendermos que quando o medo vem à tona, como ele sempre aparecerá ao longo da nossa vida, devemos estar dispostos a olhar para ele, enfrentá-lo e abrir espaço no caminho apesar dele”. Não podemos nos encolher a partir das situações assustadoras. Sabemos que a forma mais rápida de vencer o medo é olhar para ele.
·         ASTÚCIA – “Há certo aspecto artístico em delegar poder aos outros”. A princípio escolhemos as pessoas certas e confiamos nelas para montar a nossa equipe. Mas algumas pessoas têm uma barreira defensiva que não se faz tão necessária. Quando se trata de nos tornarmos mais humanos, precisamos aprender mais sobre a força da nossa vulnerabilidade.
“O papel do verdadeiro líder é manter, simultaneamente a visão de longo alcance ao mesmo tempo em que mantém os pés no chão. Quando me encontro com pessoas que dizem: “Eu sou um visionário”, eu logo digo: “OK! E o que o seu assistente deve fazer agora? Traga-os de volta à Terra!”.
·      REGOZIGE-SE – Júbilo é o que nós realmente não fazemos o suficiente no ambiente de trabalho hoje em dia. OK! Nós podemos efetuar uma grande venda, fechar um enorme projeto – agora precisamos aprender a nos jubilar. Basta ter um pouco de tempo para dizer: UAU! Isto afetou a vida de muitas pessoas. É realmente incrível se pensarmos sobre isto.” Ou seja, comemore os sucessos, mesmo os pequenos ao longo do caminho!
São seis ensinamentos básicos que os monges iniciantes aprendem ao entrarem em um monastério budista. Parece simples, mas não é! Mas também não são impossíveis de serem aplicados, com resultados maravilhosos e harmoniosos. O importante é começar, afinal se a mudança que queremos no mundo externo deve começar dentro de nós, a hora de mudar é agora, não tem amanhã! Liderança consciente se faz através de verdades científicas aliadas à sabedoria espiritual e autodomínio.
Referencia:

     - Sit Like a Budha – A Pocket Guide to Meditation – Lodro Rinzler – Ed. Shamballa