sexta-feira, 3 de abril de 2015

TRABALHANDO COM AS EMOÇÕES DESTRUTIVAS



Emoções como o medo, ansiedade, raiva, vergonha, depressão ou ansiedade, são consideradas emoções destrutivas tanto do corpo físico como do corpo mental. Renomados cientistas como Francisco Varella, Daniel Goleman, Alan Wallace entre outros motivados por Sua Santidade Dalai Lama têm estudado e pesquisado cientificamente os efeitos das emoções sobre o corpo físico baseando seus estudos da mente nas tradições orientais como o Budismo buscando uma forma de curar doenças ou diminuir o sofrimento.

Sabemos que o Budismo busca a eliminação do sofrimento, descobriram também que as chamadas emoções destrutivas como aversão e apego não pertencem ao nosso verdadeiro Ser, porém pertencem ao nosso ego.

Mestres das tradições orientais que praticam um conjunto de técnicas contemplativas promovem mudanças comportamentais e nos estilos da vida, tiveram experiências e insights sobre a nossa verdadeira essência, não observável pelas ilusões condicionadas pelo ego. Eles deixaram um importante legado de pesquisas sobre a mente e apontam um caminho para a liberdade, paz, felicidade perene e bem-aventurança que transcendem os efeitos danosos das emoções destrutivas.

Para que possamos provocar esta transcendência alguns princípios devem ser levados em consideração:
1.    Reconhecimento  - a base do trabalho interno começa com o reconhecimento do nosso corpo emocional, que contêm todas as qualidades emocionais que expressamos muitas vezes no nosso cotidiano sem nem mesmo nos darmos conta, através do nosso diálogo interno ou externo, com frases como: “Não vou tomo a providencia por que tenho medo do resultado”, “tenho muito medo de....”, etc. Depois de reconhecer que o medo é real para  si, a pessoa pode mudar a forma de expressar este sentimento, mudando a frase para dizendo “o medo está aqui, mas eu posso...”, mudando desta maneira a perspectiva da ação e do espaço que o medo ocupa dentro da sua mente.
2.    Atenção Consciente – começar a prestar atenção de forma focada na própria respiração, observando a emoção negativa  e aceitando que ela existe.

3.    Recolhimento – Tire um momento para estudar a emoção, qual a causa, hábito ou comportamento, situação que provoca o sentimento no momento em que ela surge. Manter um diário regular pode ser uma opção para iniciar e conhecer esta emoção negativa, não é necessário pesquisar a própria historia de vida a partir da infância, mas recolher-se ao momento presente; verificando se este sentimento é o único que você pode expressar. Observar atentamente quais são as reações físicas diante da emoção destrutiva, onde ela se localiza (pescoço, as costas são pontos normais onde o corpo reage), estudar os pensamentos e sentimentos que surgem naquele exato momento que percebeu a emoção negativa.  Sentar-se em meditação, buscando perceber, sentir, compreender, sem exaltar-se em grandes elucubrações e justificativas sobre o sentimento percebido. Busque conhecer a durabilidade e qualidade do sentimento, de onde vem? Para onde vai? Como ela aprece e desaparece? Não se dê um prazo para estes exercícios contemplativos, mas dedique-se claramente a examinar a emoção destrutiva em todos os campos e possibilidades, para poder se libertar de suas influências e causas.
4.    Realidade – As coisas são como são, uma lição aprendida é que tudo é impermanente, não temos controle sobre o mundo externo e tão pouco sobre as nossas emoções, mas uma vez que a conhecemos podemos aprender a regulá-las e assim transcende – las, sem a necessidade de criar apego a elas.

Embora seja um trabalho árduo, intenso, quando feito de forma disciplinada, o indivíduo conquista maior clareza (sobre a emoção e seus efeitos), autoconhecimento (compreender a natureza da emoção, seus gatilhos e consequências para o corpo físico e mental), postura (como se postar diante da emoção) e liberação ( deixar de ser escravo da emoção).

Adquirimos ao longo da vida certos conceitos e pressupostos que são difíceis de largar, até mesmo com a ajuda de profissionais da Saúde Mental, que estão profundamente enraizados na forma como vemos e procedemos diante das situações. Culpa, rejeição, autojulgamento, necessidade de aprovação, sentir-se digno de amor, valor e aceitação, fazem com que tenhamos atitudes ou tomemos decisões inconscientes, cometamos “falhas humanas” que depois complicam a nossa vida.

É comum vermos pessoas reagirem negativamente ao convite da observação de suas emoções, sejam elas positivas ou destrutivas, porque consideram muito pouco o valor do corpo emocional, desconhecem seus efeitos danosos à saúde física ou mental; outros acreditam que o esforço necessário, despende tempo e dinheiro que não estão dispostos a investir por que acham que o retorno não é compensador, mas isso até que que as reações surjam na forma de doenças, mudanças danosas na vida, perdas.

Quando conhecemos o poder que as emoções destrutivas possuem, ele vai embora, pois perde a força diante da nossa compreensão, e assim o que era negativo torna-se positivo.

Para Atendimento com Psicoterapia Contemplativa – Contato: saleela.devi@gmail.com

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