sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Divertida mente, será? E quando fazemos contratos inconscientes?

Divertida mente, será?
E quando fazemos contratos inconscientes?

Já parou para pensar como os relacionamentos humanos são tão complicados? Se coexistir com amigos e colegas de trabalho; já não é fácil, imagine então coexistir no mesmo ambiente físico e emocional com o cônjuge. Muitas vezes não estamos bem seja físico ou emocional, nosso corpo e mente de alguma forma ou por alguma razão desconhecida não estão equilibrados. Acontece! Mas vamos para casa e já sabemos que vamos nos encontrar com o companheiro (a) que naquele dia ou também está com o humor alterado e quer total atenção da sua parte, ou está naquele estado de espírito falante, cheio de brincadeiras ou, colocando suas próprias necessidades em primeiro lugar, e nós, tudo o que queremos é um pouco de paz! Tudo o que desejávamos era respeito e compreensão, e o outro tudo o que deseja é que você cumpra com o seu papel!
Todos nós temos a necessidade de um ambiente físico, social e emocional que nos traga segurança e apoio, que nos proporcione compreensão e respeito, e que também nos permita crescer, evoluir. Desejamos assumir o controle de nossas próprias vidas, e de preferência sem a interferência de ninguém, nem mesmo de quem amamos.

Acontece que inconscientemente criamos contratos e acordos com as pessoas com quem mantemos um relacionamento, um contrato que envolve nossa casa, trabalho, necessidades, finanças, bens materiais até mesmo o lado da cama, arrumação da casa, posição da tampa do vaso sanitário, escolha do programa da TV e muito mais. Na verdade, os artigos definidos estão embora nunca ditos, bem estabelecidos sobre a função de cada um no casamento e nos relacionamentos. Não há uma comunicação explicita tácita, mas sim muitas suposições sobre o que cabe a cada um, o que se espera em todas as áreas da vida, inclusive que leia a nossa mente e saiba de antemão que tudo o que quero é paz, silêncio, um banho gostoso e que me deixem quieta por um momento! Pressupomos que o outro tem a obrigação de me conhecer o suficiente e assim saiba pelo meu olhar como as coisas devem funcionar.

Isto começa com o entendimento que ao marido cabe ser o provedor e à mulher a administradora da família, papeis claros e definidos pela sociedade há tanto tempo, muito embora a própria evolução da sociedade tenha transformado a família e as funções de cada parceiro. Mas lá dentro, inconscientemente, os papeis de cada um estão gritando. E devido a está gritaria inconsciente as suposições tornam-se o resultado dos problemas e dificuldades de comunicação entre os parceiros, e a falta dela ou mesmo a forma errônea com a qual nos comunicamos impede que percebamos que estamos atuando de acordo com um contrato inconsciente.

Pior ainda quando estabelecemos relações com parceiros que sem que percebamos são muito parecidos com o nosso pai ou a nossa mãe, porque levamos uma espécie de continuidade das relações familiares da nossa infância para dentro da nossa própria família, atuamos como nosso pai ou mãe desejava ou vivemos sob a influência de seus valores, princípios, marcas ou cicatrizes deixadas pela forma como fomos educados.

Já escutei no consultório – bem que a minha mãe me avisou, que o meu noivo era igualzinho ao meu pai! Se não tomasse cuidado ia viver a vida que ela viveu – e lá estava a paciente se percebendo que tinha de fato se casado com uma copia fiel do pai e estava repetindo a história da mãe. Parece que estabelecemos contratos inconscientes com a ancestralidade, ficamos repetindo padrões de comportamento que remontam aos avós, bisavós.

Também já ouvi muitas histórias de pessoas reclamando que por mais que mudem de emprego, parecem atrair sempre o mesmo tipo de chefe ou de colegas de trabalho. Será que fizeram algum contrato com o Universo? O que há para ser compreendido, para poder romper com estes contratos? Será que posso fazer este trabalho sozinho?

Na medida em que os anos passam, que nós nos estudamos, que nos autoconhecemos, que buscamos compreender, mudar ou aceitar que a mudança já não é possível, percebemos que estes contratos inconscientes que foram articulados e escritos,  junto com suas suposições e hipóteses podem sim serem reescritos, transformados e mudados. Parte-se da premissa, que a transformação exige antes de tudo autoconhecimento e verdadeiro empenho de conhecer a verdadeira natureza da realidade. Não é hora de culpar nem pai nem mãe, nem os antepassados, nem as situações da vida. Esta é a parte mais difícil, pois transformações, autoconhecimento, compreensão da própria história, compreensão clara da realidade é um processo doloroso, exige tempo, dedicação, tem sempre um preço a pagar, cria conflitos com os parceiros que podem não estar no mesmo momento de mudança ou que não querem mudar. Vi casamentos acabarem conheci pessoas que mudaram até de profissão, mas também vi muita aceitação e desejo intenso de investir no casamento mesmo percebendo que a outra parte não ia se transformar de cópia da mãe em uma esposa e companheira de jornada como em minha suposição ela deveria ser, mas havia amor o suficiente para curar as dores e mágoas e levar a vida adiante com mais compreensão e aceitação.


Sim, os contratos podem ser quebrados. E é bom que isto aconteça que despertamos para a realidade e melhor ainda quando acontece antes que o stress acabe com o casamento. Por que se isto acontecer antes que tenhamos um conhecimento da existência dos contratos inconscientes, vamos repetir a historia lá na frente. Podemos aprender a ser tolerantes conosco mesmo e com o parceiro, fazer uma boa terapia de casal, ou mesmo individual, podemos buscar ajuda. Podemos acima de tudo escolher fazer diferente dos que nossos antepassados fizeram afinal nem todas as mudanças conjugais ou quebras de contratos são para causar dor, destruição, mágoas ou desafetos. Casamentos com contratos inconscientes não precisam acabar em divórcio, você não precisa mudar de emprego ou de cidade, nem precisa terminar com suas amizades. A recomendação é sempre pela busca do autoconhecimento, do desenvolvimento de sua consciência, da busca pelo crescimento enquanto ser humano. Pense nisto! Bom 2016!

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