sexta-feira, 3 de maio de 2013

As Catorze Práticas da Plena Consciência
Thich Nhat Hanh

1.     Não idolatrar nenhuma doutrina, teoria, seja ela qual for, incluindo o Budismo. Os sistemas de pensamento budistas devem ser considerados como guias para a prática e na como a Verdade Absoluta;

2.     Não pensar que se possui um saber imutável ou a Verdade Absoluta. Há que evitar a estreiteza da mente e o apego aos pontos de vistas pessoais. Aprender a praticar a via do não apego de maneira a permanecer aberto aos pontos de vista dos outros. A verdade só pode ser encontrada na vida e não nos conceitos. Há que estar disponível para continuar a aprender ao longo de toda a vida e a observar a vida em si mesmo e no mundo;

3.     Não forçar os outros, incluindo as crianças, a adotar os nossos pontos de vista, seja por que meios forem: autoridade, ameaça, dinheiro, propaganda ou educação. Respeitar as diferenças entre os seres humanos e a liberdade de opinião de cada qual. Saber, no entanto, utilizar o diálogo para ajudar a renunciar ao fanatismo e à estreiteza do espírito;

4.     Não evitar o contato com o sofrimento nem fechar os olhos diante dele. Não perder a plena consciência sobre a existência do sofrimento no mundo. Encontrar meios de aproximação para com os que sofrem, seja mediante contatos pessoais, visitas, imagens, sons. Despertar e despertar os outros para a realidade do sofrimento no mundo.

5.     Não acumular dinheiro nem bens quando milhões de seres sofrem de fome. Não converter a glória, o proveito, a riqueza ou os prazeres sensuais na finalidade da vida. Viver simplesmente e compartilhar o tempo, a energia e os recursos pessoais com os que necessitam.

6.     Não conservar a cólera ou o ódio. Aprender a examinar e a transformar a cólera e o ódio quando ainda não são mais que sementes nas profundidades da consciência. Ao manifestar – se a cólera e o ódio, devemos focar a atenção na respiração e observar de modo penetrante a fim de ver e compreender a natureza desta cólera ou ódio, assim como a natureza das pessoas que se supõe serem a causa. Aprender a ver os seres com os olhos da compaixão;

7.     Não se perder, deixando – se levar pela dispersão ou pelas circunstancias envolventes. Praticar a respiração consciente e focar a atenção no que está a acontecer neste instante presente. Entrar em contato com aquilo que é maravilhoso, pleno de vigor e de frescura. Semear em si mesmo sementes de paz, alegria e de compreensão de maneira a favorecer o processo de transformação nas profundidades da consciência;

8.     Não pronunciar palavras que possam semear a discórdia e provocar a ruptura da comunidade. Mediante palavras serenas e de atos apaziguadores, fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por pequenos que sejam;

9.     Não dizer falsidades para preservar o interesse próprio ou para impressionar os outros. Não proferir palavras que semeiam a divisão e o ódio. Não difundir notícias sem ter a certeza de que são seguras. Falar sempre com honestidade e de maneira construtiva. Ter a coragem de dizer a verdade sobre as situações injustas mesmo que a nossa própria segurança fique ameaçada;

10.Não utilizar a comunidade religiosa para o interesse pessoal nem a transformar em partido político. A comunidade em que vivemos deve, contudo, toma posição clara contra a opressão e a in justiça e esforçar-se por mudar a situação sem se envolver em conflitos partidários;

11.Não exercer profissões que possam causar dano aos seres humanos ou à natureza. Não investir em companhias que explorem os seres humanos. Eleger uma ocupação que ajude a realizar o ideal próprio de vida com compaixão;

12.Não matar. Não deixar que outros matem. Utilizar todos os  meios possíveis para proteger a vida e prevenir a guerra. Trabalhar para o estabelecimento da paz.

13.Não querer possuir nada que pertença a outrem. Respeitar os bens dos outros, mas impedir qualquer tentativa de enriquecimento à custa do sofrimento de outros seres vivos;

14.Não maltratar o corpo. Aprender a respeitá-lo. Não o considerar unicamente como um instrumento. Preservar as energias vitais (sexual, respiração e sistema nervoso) através da pratica da vida. A expressão sexual não se justifica sem o verdadeiro amor e sem compromisso. Em relação às relações sexuais, tomar consciência do sofrimento que pode causar no futuro a outras pessoas. Para assegurar a felicidade dos outros há que respeitar os seus direitos e compromissos. Estar plenamente consciente das próprias responsabilidades na hora de trazer ao mundo novos seres.


Tradução da versão espanhola praticada em Jiko – Na
Site budharma.paginas.sapo.pt



Nenhum comentário:

Postar um comentário