sexta-feira, 8 de maio de 2015

O Caminho da Meditação

Iluminação x Karma
Karma é uma palavra sânscrita que significa reação. O Mestre Thunten Yeshe chama de “energia de hábito”. Para os budistas, quando uma pessoa é controlada por esta energia ela vive dentro da Roda do Samsara, ou sofrimento perpétuo, porque o indivíduo fica preso por ciclo interminável de sofrimento e dor. Outro significado para Karma poderia ser vício. Então poderia ser a saída. A meditação é uma forma de não ser controlado pela energia do hábito ou do condicionamento, por que é um caminho que convida o praticante a ficar consciente do momento presente.

Para qualquer lado que olhemos, podemos observar maus hábitos  ou diferentes tipos de vícios, que vão desde o uso de substâncias toxicas até o culto exagerado do corpo. É comum ouvir em consultório que o indivíduo não considera um vício a prática exagerada de exercícios, ou o constante uso do celular. Não conseguem sequer compreender o poder do comportamento obsessivo compulsivo, nunca estão devidamente satisfeitos ou realizados. Para a Psicologia Budista a raiz do sofrimento está pelo ciclo de condicionamento que o karma cria.

Como me livrar do poder do Karma

A primeira e importante decisão a ser tomada é parar para questionar: Quem eu sou? E compreender que eu não sou os meus vícios ou hábitos condicionados e que por mais difícil que possa parecer é sempre possível removê-los. Um caminho muito estudado pelos pesquisadores da Saúde Mental é a meditação, que convida o praticante a tornar-se uma testemunha de si – mesmo, à conexão com o amor próprio e a sabedoria interna existente em todos nós e que se revela a partir do silêncio e da observação sem julgamento.  A sabedoria que surge através da testemunha silenciosa é sensível, ela permite o desenvolvimento de uma compreensão sempre nova e fresca do que está acontecendo no momento presente. Esta sempre presente inteligência centrada no mais intimo do ser está disponível para todos nós em todos os momentos, mas é normalmente oprimida pelos hábitos condicionados, reações instantâneas, e crenças enraizadas que nunca tem chance de se expressar.

Um dos aspectos mais importantes da prática contemplativa, é que ela tem força para quebrar os vícios e hábitos destrutivos, revelando a inteligência sensível. É isto que o Tao chama de entrar no fluxo das forças universais. Nossas ações passam a ser conscientes e a reações são conduzidas pela inteligência universal.

É lógico que este contato com a sabedoria interna não ocorre a partir da primeira prática, que não adquirimos a atenção plena imediatamente somente porque sentamos por alguns minutos focando na respiração. O ato de nos tornamos uma testemunha silenciosa deve ser desenvolvido de forma contínua e disciplinada, e é desta forma que a inteligência universal vai abrindo espaço e se revelando, nos capacitando a fazer as melhores escolhas, a tomar posse de fato do dom do livre arbítrio que todos temos.

A prática meditativa é a chave para conhecermos a diferença entre ser controlado pelo karma (ação e reação) ou viver motivado pela consciência natural ou inteligência intuitiva. A maioria das pessoas gosta de permanecer na zona de conforto no qual se sentem seguros mesmo quando estão infelizes por uma vida que não se revela plena e realizada. É bom lembrar que um dos maiores desafios da meditação é justamente sair da zona de conforto passando por um treinamento com um professor capacitado que o conduza a percorrer outros caminhos que proporcionam uma consciência aberta, livre de preconceitos, que possibilitam ao ser revelar-se em total inteireza. Uma maneira maravilhosa de Ser, onde o amor, o altruísmo, a compaixão por si – mesmo e pelo outros fazem parte do cotidiano.


Budha ensinava a importância de sentar sem fazer nada, como um caminho espontâneo, intuitivo e revelador. Simplesmente sentar-se sem fazer nada; sem ser nada, sem ego, sem ação x reação, sem hábitos condicionados, manipulação, exploração ou pensamentos ruminantes. Um sentar-se natural, totalmente aberto e expansivo, consciente de si - mesmo e do meio ambiente. Este momento possibilita que o indivíduo sinta-se completo, que as suas ações surjam de forma espontânea a partir da sua totalidade. Quando eu não quero nada do mundo, posso aproveitar o mundo ao máximo!




OFICINA DE MEDITAÇÃO, SAÚDE E BEM-ESTAR
AULAS SEMANAIS
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