As Escrituras Budistas
Os
Três Selos do Dharmma
Sidartha Gautama - Budha,
ensinava aos seus discípulos na forma oral, ele mesmo não deixou nada escrito,
e este costume antigo perdurou por muitos anos após a sua morte. Se passaram
mais de três séculos para que seus ensinamentos fossem escritos na língua Pali,
idioma com que Budha transmitia seus dharshans e hoje estes escritos são
conhecidos como Pali Canon.
O Pali Canon consiste em três seções conhecidos como Tipitaka ( Tripitaka, em sânscrito), que
significa literalmente – três cestas.
1.
O Vinaya Pitaka – Conhecido como o Livro
de Disciplina, nele encontramos as regras da vida monástica ensinada pelo
Budha.
2.
O Sutta
Pitaka – É uma coletânea de discursos do Budha. Além dos ensinamentos
essenciais, tem a própria experiência de iluminação do Budha e instruções sobre
comportamento moral e meditação. Aqui encontramos o Dhammapada.
3.
O Abhidhamma Pitaka – Os Ensinos
Superiores; aqui encontramos uma análise complexa da natureza da existência física
e mental.
Para mim, os principais conceitos da Psicologia Budista sobre
consciência estão contidos nestes ensinamentos
- Três Selos do Dharmma. Na tradição da Escola do Budismo Theravada, todos os fenômenos
relativos à consciência possuem três características básicas, e estão no Canon
Pali como:
1.
Anicca – A característica da Impermanência – Em Pali - Anicca significa a ausência de continuidade ou ausência de
permanência. A impermanência é uma característica universal e é aplicada a
todos os fenômenos do Cosmos, até mesmo as nossas experiências sensoriais.
Todos os fenômenos aparecem e desaparecem no seu devido tempo. Tudo passa por
constantes mudanças, tudo tem um princípio, um meio e fim. Assim também
acontece com a nossa consciência. A transitoriedade é um processo natural e
facilmente observável. Como disse o sábio grego, nunca cruzamos a mesma água do
rio.
2.
Dukkha – A característica do Sofrimento – Em Pali – Dukkha – significa tristeza, dor ou sofrimento. De acordo com
Budha, a vida é marcada por esta característica que se manifesta de diversas
formas. Podemos vê-la na tristeza dos desesperançados, na dor da partida, no
sofrimento dos abandonados só para citar. Passamos da tristeza para a alegria,
da felicidade ao sofrimento num único instante independente do nível da
consciência. A simples a esperança de um mundo melhor e prova de que há um
sofrimento aqui e outro ali, parece que sempre estamos esperando alguma coisa
melhor em alguma área da vida e isso vale para todas as classes sociais. Não
existe ninguém que não tenha tido algum tipo de sofrimento na vida, pois existe
até mesmo a dor de ver o sofrimento de outros. E o sofrimento foi visto
claramente pelo Budha logo no inicio de sua juventude. O sofrimento acontece no
mundo todo e não é privilégio de uma classe social ou raça humana, o sofrimento
é uma característica intrínseca a todo ser senciente. Porém Budha ensina que
existe uma alternativa – a cessação do sofrimento.
3.
Anatta – A
característica do Não-Eu –
Em Pali - Anatta – significa algo
próximo à ausência de alma, o que no Ocidente poderíamos traduzir como: Não –
eu. O ensinamento sugere que nenhum ser senciente possui um eu permanente e
imutável. O que a psicologia ocidental chama de Self, para o Budismo nada mais
é que um complexo de formações mentais em constante mudança. E para Budha,
Manas ou a consciência onde as formações mentais acontecem se apresenta como
auto-imutável e permanente é a causa de muito sofrimento. Para o terceiro Selo
cada evento que acontece em nossa vida é inevitável e incontrolável. E a grande
maioria dos seres humanos responde aos eventos de forma automática, o que gera
muito sofrimento. Porém Budha também ensina que não existe nenhum evento
premeditado, nada está definido anteriormente.
O que nós somos e o que nos acontece são determinados pelo
pensamento no momento presente, pelas formações mentais que surgem à medida que
regamos suas sementes contidas em nossa consciência armazenadora, pela
quantidade de energia que colocamos, mesmo que de forma inconsciente.
O Budismo da Escola Theravada ensina que um ser humano é uma
energia em fluxo contínuo; a sua manifestação inclui os elementos mentais e
físicos. A vida é um fenômeno psicofísico temporário. O surgimento de um estado
psicofísico está condicionado por vários estados causais anteriores, e é a
força da energia karmica de cada ser humano que une estes elementos. Assim este
fluxo ininterrupto de fenômenos psicofísicos condicionado pelo karma, que não
se limita somente a esta vida, tem sua origem no passado e terá continuidade no
futuro. É a crença em uma alma imortal e a esperança em um paraíso no céu que
mantém o ser humano num modo de vida automático, carregado de sofrimento,
tristeza e dor que parecem não ter fim.
Referencias:
·
The Dharma Types: Secrets of the Five Ancient Castes that will Transform Your
Life – Simon Chokosky –
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