Princípios
Budistas Para Ser Um Líder Consciente
Ninguém precisa ser budista ou ter uma crença
em religiões orientais para praticar a meditação, como Instrutora de Meditação
e Professora de Mindfullness, minha maior intenção é tornar a meditação
aceitável em qualquer ambiente, para qualquer pessoa, independente de onde ela vem
no que acredita, no que faz ou de sua idade ou formação, afinal meditar é um
momento onde você está acompanhado somente da sua mente.
Parece que quando falamos de Compaixão,
Empatia, Altruísmo ficamos presos a trabalhos voluntários ou quanto muito a
trabalhos terapêuticos ou médicos. Mas aprendi a muito tempo, como
Psicoterapeuta e Professora de Filosofia Oriental e Meditação, que estes temas
podem ser aplicados em qualquer lugar. Sim até mesmo no ambiente
profissional. Todos os ensinamentos
budistas parecem estar cada vez mais presentes e se tornando cada vez mais
relevantes devido talvez ao incentivo dado às práticas meditativas,
principalmente a Mindfullness tanto como terapia complementar da Área da
Medicina e nos tratamentos de Saúde Mental, como também na Educação. Grandes
corporações já possuem salas de meditação com professores contratados para
ensinar as técnicas de forma correta, afinal meditar não é ficar sentado
ouvindo uma música qualquer ou apenas ficar quietinho, é com certeza muito mais
do que isso.
Agora podemos encontrar diversos livros que
tratam da Compaixão e da Empatia também no ambiente profissional, como os
livros do autor Lodro Rinzler (Editora Shamballa), que entre os cinco livros que
ele já escreveu temos um bastante interessante – “O Budha entra no Escritório”, onde ele estabelece um roteiro de
seis pontos em direção à – Liderança Compassiva. Lodro diz “Eu não posso nem imaginar como os
ensinamentos se aplicam em um ambiente monástico, porque eles são tão aptos
para o mundo corporativo de hoje. A ideia aqui é – como podemos manifestar a
compaixão do Budismo?”.
Os Seis
Pontos:
·
BENEVOLÊNCIA
– Precisamos de
mais espaço quando nos deparamos com a velocidade e os níveis de agressividade
que existem nos ambientes profissionais. É como a prática do Jiu Jitsu, onde os
alunos aprendem a lidar com a agressividade e mesmo tempo a obter mais espaço.
Desta forma, podemos infundir um senso de diversão em todas as atividades e aprender
a não levar todas as coisas tão a sério e de forma tão estressante, ansiosa ou
depressiva, afinal nem tudo deve ser levado para o lado pessoal, significa
acima de tudo observa a raiva das outras pessoas e não alimentar o fogo
interno.
Ensina Lodro: “Para mim, tudo se resume a separar a ideia de que a nossa vida
espiritual e a vida familiar são diferentes do nosso trabalho. Não é como viver
uma vida dupla, porque ela drena a nossa energia a longo prazo. Quanto mais
dermos uma perspectiva holística ao nosso trabalho – melhor, e o quanto mais
nos relacionarmos com os outros com base nos nossas vida pessoais, melhor!”.
·
VERDADE – “A Verdade deve estar baseada na lógica
budista em torno do nosso estado inerente. Em Shamballa, falamos sobre isto
como a “Bondade Fundamental””. Acreditamos que sob todos as nossas camadas,
todas as pessoas são basicamente boas. Não, elas não são basicamente más em si
mesmas. Quando o seu colega de trabalho é chato com você, ou quando existem
obstáculos no trabalho que a um primeiro olhar paraecem intransponíveis, é hora
de acreditar no ponto de vista budista que existe uma bondade fundamental em
você e também nos outros. É preciso ter a convicção na capacidade inerente de
cada ser humano.
“O nível de
confiança ocorre quando observamos esse aspecto da verdade, que é acima de tudo
reconhecer a bondade fundamental nos outros e reconhecer a nossa própria
bondade. Existem alguns níveis muito básicos de ganhar o respeito e a confiança
das pessoas ao longo do tempo. Você até pode ter o ponto de vista do “eu, eu,
eu”, mas mesmo que você apenas levante o olhar um pouco irá aprender a
interagir com os seus colegas de trabalho a partir desta perspectiva, e
principalmente irá notar uma mudança em toda a dinâmica do escritório”.
·
GENUÍNO – “Ser genuíno é estar presente o suficiente
para ver a situação pelo que ela realmente é”. É preciso parar, ou retardar
um momento para ver a realidade de uma situação e poder concluir pela
lógica o que de fato está acontecendo.
Mas os erros fazem uma grande parte do caminho espiritual. Nós tropeçamos no
caminho, caímos e levantamos, caímos novamente e ainda assim sempre a muito que
se poderia fazer. Somente reconhecendo o erro, perdoando a si mesmo e se
comprometendo a nunca mais cometer o mesmo erro novamente, e é nesta ultima
parte que aprendemos que precisamos de muita disciplina.
·
DESTEMOR – “Não significa estarmos sem medo, mas sim aprendermos
que quando o medo vem à tona, como ele sempre aparecerá ao longo da nossa vida,
devemos estar dispostos a olhar para ele, enfrentá-lo e abrir espaço no caminho
apesar dele”. Não podemos nos encolher a partir das situações assustadoras.
Sabemos que a forma mais rápida de vencer o medo é olhar para ele.
·
ASTÚCIA – “Há certo aspecto artístico em delegar poder
aos outros”. A princípio escolhemos as pessoas certas e confiamos nelas
para montar a nossa equipe. Mas algumas pessoas têm uma barreira defensiva que
não se faz tão necessária. Quando se trata de nos tornarmos mais humanos,
precisamos aprender mais sobre a força da nossa vulnerabilidade.
“O papel do
verdadeiro líder é manter, simultaneamente a visão de longo alcance ao mesmo
tempo em que mantém os pés no chão. Quando me encontro com pessoas que dizem: “Eu
sou um visionário”, eu logo digo: “OK! E o que o seu assistente deve fazer
agora? Traga-os de volta à Terra!”.
· REGOZIGE-SE – “Júbilo é o que nós
realmente não fazemos o suficiente no ambiente de trabalho hoje em dia. OK! Nós
podemos efetuar uma grande venda, fechar um enorme projeto – agora precisamos
aprender a nos jubilar. Basta ter um pouco de tempo para dizer: UAU! Isto
afetou a vida de muitas pessoas. É realmente incrível se pensarmos sobre isto.”
Ou seja, comemore os sucessos,
mesmo os pequenos ao longo do caminho!
São seis ensinamentos básicos que os monges
iniciantes aprendem ao entrarem em um monastério budista. Parece simples, mas
não é! Mas também não são impossíveis de serem aplicados, com resultados
maravilhosos e harmoniosos. O importante é começar, afinal se a mudança que
queremos no mundo externo deve começar dentro de nós, a hora de mudar é agora,
não tem amanhã! Liderança consciente se faz através de verdades científicas
aliadas à sabedoria espiritual e autodomínio.
Referencia:
- Sit Like a Budha – A Pocket Guide to
Meditation – Lodro Rinzler – Ed. Shamballa
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