Como a
Compaixão e a Meditação podem desenvolver
líderes
conscientes
O mundo está
em constante mudança, em todas as áreas e aspectos da vida pessoal e
profissional. São mudanças políticas, econômicas, climáticas sociais e nos
relacionamentos interpessoais.
Planejamos hoje e sem muito esperar temos que mudar nossas metas e
objetivos. Isto trás insegurança, stress, depressão, ansiedade, problemas cardiorrespiratórios,
circulatórios, endócrinos, doenças autoimunes e muito mais nos mostrando que o
caminho que estamos percorrendo está errado ou estamos nos agredindo, ou
agredindo ao outro seja no trabalho seja na vida pessoal.
Algumas
pessoas ainda conseguem parar por um momento para praticar um esporte, Yoga,
Pilates, andar de bicicleta, mas na verdade a grande maioria parece ter perdido
a noção da relevância de olhar para si mesmo e buscar as causas internas daquilo
que não está funcionando. É preciso coragem, porque o autoconhecimento e a
transformação exigem muito esforço, disciplina, persistência, em suma dá
trabalho!
Nas empresas
é ainda pior, falhas na liderança corporativa causam abalos em todo nível
corporativo e no público. Ainda podemos observar líderes que colocam o próprio
interesse à frente de empresa. É difícil para muito assumir as
responsabilidades inerentes ao cargo e aos danos causados. E quando a confiança
é perdida, fica muito difícil reconquistar.
Falhas e
fracassos na tomada de decisões dentro das corporações ou na vida profissional
em geral não ocorrem necessariamente por falta de experiência, falta de
inteligência ou capacidade. Líderes mal
sucedidos podem na verdade terem problemas de equilíbrio emocional, dificuldade
de trabalhar sob pressão ou de ajustar as decisões tomadas de acordo com as
mudanças externas, com as distorções contábeis, negociações políticas dentro e
fora da empresa.
Podemos
considerar líderes conscientes como aqueles que são genuínos em suas intenções
e compreendem que o verdadeiro propósito de sua liderança é servir aos seus
clientes, colaboradores e investidores, seu auto interesse está no ultimo nível
de consideração. O líder consciente procura tomar decisões dentro de valores e
princípios consistentes, constrói relações interpessoais de confiança, é
disciplinado e procura motivar toda a hierarquia sob sua responsabilidade
independente das dificuldades. Isto exige inteligência e equilíbrio emocional,
autoconhecimento, autoconsciência, um profundo senso de si mesmo e do impacto
que suas ações causam em sua equipe e na qualidade do trabalho apresentado.
Obter esta autoconsciência
e autoconhecimento, ou seja, uma profunda compreensão de si mesmo, tornou-se
hoje tão relevante quanto ter um excelente preparo acadêmico. Sem querer de
alguma forma impor as crenças budistas, mas aproveitando todos os conhecimentos
profundos que elas proporcionam e que podem ser aplicados em qualquer lugar,
sabemos que as técnicas de meditação levam o praticante disciplinado a alcançar
um nível profundo de excelência em auto controle, desenvolvimento de consciência
e auto estima. Seus benefícios estão sendo exaustivamente pesquisados
cientificamente, são inúmeros os protocolos dos estudos realizados em
universidades de ponta nos Estados Unidos e Europa, e são muitas as empresas
aproveitando estes estudos e aplicando em todo o staff corporativo.
A pratica da
meditação e entre elas a Mindfulness permite que os líderes estejam focados,
presentes, conscientes de si, dos outros, do impacto de suas decisões sobre
toda a corporação, clientes e investidores, consegue reagir de forma sensível e
compassiva diante de situações estressantes. Líderes conscientes são mais
eficazes e eficientes, buscam compreender e se relacionar com o outro de forma
a conseguir compartilhar os objetivos a serem alcançados.
Nos dias
atuais ser auto compassivo significa acima de tudo ser equilibrado
emocionalmente, conhecer os próprios limites tanto a nível de ação como a nível
cognitivo. Diante dos momentos de grande stress, pressão e incerteza na vida
pessoal ou profissional, o líder consciente mantem a calma e lucidez. Entre as
opções de lutar, fugir ou se esconder, ele vai à direção daquela que lhe
permite fazer o que é melhor para todos e não só para si mesmo. Também é capaz
de ser compassivo, empático e altruísta com o outro e com o mundo, reconhecendo
que cada ser humano tem a sua própria capacidade de suportar o sofrimento, de lidar
com a pressão e o stress, ele não exige aquilo que o outro não pode dar, mas
aciona toda a equipe para fortalecer e compartilhar as habilidades de cada um
diante das necessidades do grupo, para que todos possam crescer juntos, ele
mantêm a moral elevada e motivada respeitando os momentos e as histórias de
seus liderados, aceitam as fraquezas, falhas e vulnerabilidades, reconhecem
seus erros e contribuem com o desenvolvimento de todos. Podemos certamente
dizer que um líder consciente é mais autêntico e sabe e quer lidar com a autenticidade de todos, sabe aproveitar as
oportunidades de crescimento que são positivas. Proporciona feedbacks honestos,
treinamentos e ajuda a todos a permanecerem no caminho escolhido.
Uma pesquisa
neurológica do Prof. Paul Lawrence da Universidade de Harvard demonstra o
impacto da meditação sobre o cérebro. Meditar remodela o cérebro afetando
diretamente a inteligência emocional. Segundo o Prof. Paul Lawrence a mente
pode ser remodelada para a liderança. Seu trabalho se baseia na teoria original
de Charles Darwin de que “Não são as espécies
mais fortes que sobrevivem, nem a mais inteligente, mas a mais adaptável a
mudar”. E ele estende essa teoria no que ele chama de “Darwin renovado”
para desenvolver as qualidades de liderança.
Sabemos a muito tempo que a meditação oriental ensina o líder a integrar quatro fatores – segurança, aquisição de material, conexão com os outros e a
busca de um sentido - em um processo de
tomada de decisões integrada.
Não são
poucos os líderes conscientes que buscam o autoconhecimento e a autoconsciência,
participando de grupos de estudos, grupos de meditação e retiros, tirando
proveito dos momentos de introspecção para perceber com maior nitidez quais são
os obstáculos que ainda tem que remover, onde suas convicções são rígidas
demais, aprende técnicas de cultivo do equilíbrio emocional. Também busca a autoconsciência
no set psicoterapêutico sabendo que quando expõe a própria dor ou sofrimento
também aprende a lidar com o sofrimento alheio.
Acima de
tudo o objetivo deste artigo é ajudar a criar uma nova geração de líderes mais
conscientes e autênticos para que possamos todos juntos restaurar o nível de
confiança nas organizações. Afinal um
mundo harmonioso, compassivo e altruísta não precisa ser apenas uma utopia, só
depende de cada um de nós fazer a nossa parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário