Um Quarto de Segundo
Vamos revisar como os sentimentos se originam. Primeiramente,
ocorre um contato direto com o estímulo sensorial, e isto serve de base para o
sentimento subseqüente. Por exemplo, primeiro você vê uma pessoa passando pela
porta, e então reconhece a pessoa como um velho amigo ou talvez como uma
ameaça; isto traz um sentimento como resposta. Uma vez que esse sentimento
surge, pode por sua vez, dar origem a um desejo ou uma aversão com relação ao
objeto, que não é igual ao sentimento original. Então, a resposta de desejo ou
aversão pode levar a alguma outra coisa, como por exemplo, à intenção. Muitos
desejos não resultam em intenções. Quando sentar em meditação, você poderá
notar sensações sutis e efêmeras que são experimentadas com certo tom de
sentimento. Isso pode levar à atração, aversão ou indiferença, e esses
sentimentos podem ou não dar origem a uma intenção e uma ação subseqüente.
Normalmente, essa seqüência completa de eventos está unida porque nós,
inconscientemente, nos identificamos com ela, ao invés de observá-la com
cuidado. Por meio da aplicação da atenção plena discriminativa e cuidadosa,
você pode distinguir esses eventos na seqüência em que surgem.
Como explicou a Psicoterapeuta Tara Bennett-Goleman, a aplicação
cuidadosa da atenção plena aos sentimentos, nos oferece uma alternativa à
repressão, supressão e expressão compulsiva das nossas emoções. Citando a
pesquisa do neurocirurgião Benjamin Libet, Bennett Goleman nos mostra que do
momento em que surge uma intenção, a ação pretendida tem inicio um quarto de
segundo depois. Tara Bennett Goleman comenta “Esta janela é crucial: é o
momento em que temos a capacidade de seguir o impulso ou rejeitá-lo. Pode-se
dizer que o arbítrio reside aqui, neste quarto de segundo”.
Alan Wallace – Genuine Happiness
WWW.equilibrando.me/alan-wallace
Nenhum comentário:
Postar um comentário