Psicologia
Budista
É comum
pensar que o Budismo é uma religião, cheia de rituais, mitos e práticas
místicas. Existe uma diferença entre as práticas e crenças do Budismo tradicional
e as do Budismo Moderno.
As duas
maiores escolas do Budismo hoje em dia é a Theravada e a Mahayana que possuem
rituais e cerimônias que estão associados a dogmas tradicionais e a pontos de
vistas orientais, estas escolas tem objetos de veneração e muitos templos. Por
isso são vistas como escolas religiosas, possuem dogmas, rituais, símbolos de
adoração que têm a função de auxiliar os devotos a reduzir suas angústias
emocionais, as preocupações da vida diária, e do futuro.
Considero o
Budismo Moderno mais próximo do Budismo ensinado por Budha. Seus preceitos
buscam auxiliar o individuo a lidar com a questão do sofrimento, das angustias
e preocupações com os problemas da vida em todos os seus aspectos. Estes
preceitos, assim como os ensinamentos contidos nos Sutras contêm em si mesmos
aspectos psicoterapêuticos profundos e que podem ser aplicados no indivíduo
independente de sua crença religiosa.
Budha
ensinou que uma pessoa pode ficar livre de uma enfermidade física por centena
de anos, mas que não era possível uma pessoa ficar livre da enfermidade mental
por um só dia, claro que existe exceções – as dos despertos, dos iluminados ou
dos Budhas.
É
reconhecido por todos os eruditos budistas que a intenção do Budha (Nikaya
Páli) era preparar o indivíduo para que ele se tornasse um “Arhants” –
discípulos aperfeiçoados. Um indivíduo aperfeiçoado é tem perfeita saúde
mental, portanto Budha queria uma sociedade formada por indivíduos com
personalidades mentalmente saudáveis.
Budha foi
chamado de Anuttaro Bhisakko Sallakatto – insuperável médico e cirurgião – além
de Anuttaro Purissa Dhamma Sarati – insuperável treinador de pessoas.
Poderíamos chamá-lo de “Psiquiatra”.
Hoje em dia
podemos classificar as psicologias em: as psicologias do Id ou terapias afetivas
e as psicologias do ego ou as terapias cognitivas. O objetivo aqui não é
explanar este tema.
Mas expor
brevemente a Psicologia Budista, que primeiro surge no Samyutta Nikaya no texto Dhammacakkapavattana
Sutta. O primeiro ponto deste Sutta é que existem duas maneiras extremas de
viver e que devem ser evitadas. A primeira é a busca incessante pelo prazer
sensual, porém sem a dor sensual - Kamsulallikanuyoga.
A segunda é a auto extinção através da autonegação e do ascetismo – Attakilamatanuyoga.
Para evitar
estes dois modos extremos de viver, Budha ensina uma terceira forma – Majjima Patipada – conhecida como –
Nobre Caminho Óctuplo – Ariya Attangika
Magga. Que consiste no trabalho árduo e constante pela obtenção da
consciência da realidade. Budha ensina que a busca pela satisfação do Id
através da procura constante pelos prazeres sensuais não conduz nem à saúde nem à felicidade.
É necessário
manter nossos rituais diários, cultivando com olhar amoroso nosso altar
interior, descobrindo nos símbolos internos que representam a nossa própria
existência terrena, transmutando nossas dificuldades, reconhecendo os sinais
internos de mudança, buscando a aceitação, observando nossas necessidades e as
dos outros.
O processo
terapêutico é acompanhado de uma profunda mudança no ponto de vista sobre as
questões da vida, dos desejos e dos
processos internos. Mais do que olhar o passado que não pode ser mudado ou
ansiar pelo futuro que ainda não chegou, aprende-ser a calmamente viver o
presente, olhando para a verdadeira natureza das coisas tais como são.
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