Iluminação x
Karma
Karma é uma palavra sânscrita que significa
reação. O Mestre Thunten Yeshe chama de “energia de hábito”. Para os budistas,
quando uma pessoa é controlada por esta energia ela vive dentro da Roda do
Samsara, ou sofrimento perpétuo, porque o indivíduo fica preso por ciclo
interminável de sofrimento e dor. Outro significado para Karma poderia ser
vício. Então poderia ser a saída. A meditação é uma forma de não ser controlado
pela energia do hábito ou do condicionamento, por que é um caminho que convida
o praticante a ficar consciente do momento presente.
Para qualquer lado que olhemos, podemos
observar maus hábitos ou diferentes
tipos de vícios, que vão desde o uso de substâncias toxicas até o culto
exagerado do corpo. É comum ouvir em consultório que o indivíduo não considera
um vício a prática exagerada de exercícios, ou o constante uso do celular. Não conseguem
sequer compreender o poder do comportamento obsessivo compulsivo, nunca estão
devidamente satisfeitos ou realizados. Para a Psicologia Budista a raiz do
sofrimento está pelo ciclo de condicionamento que o karma cria.
Como me
livrar do poder do Karma
A primeira e importante decisão a ser tomada
é parar para questionar: Quem eu sou? E compreender que eu não sou os meus
vícios ou hábitos condicionados e que por mais difícil que possa parecer é
sempre possível removê-los. Um caminho muito estudado pelos pesquisadores da
Saúde Mental é a meditação, que convida o praticante a tornar-se uma testemunha
de si – mesmo, à conexão com o amor próprio e a sabedoria interna existente em
todos nós e que se revela a partir do silêncio e da observação sem
julgamento. A sabedoria que surge
através da testemunha silenciosa é sensível, ela permite o desenvolvimento de
uma compreensão sempre nova e fresca do que está acontecendo no momento
presente. Esta sempre presente inteligência centrada no mais intimo do ser está
disponível para todos nós em todos os momentos, mas é normalmente oprimida
pelos hábitos condicionados, reações instantâneas, e crenças enraizadas que
nunca tem chance de se expressar.
Um dos aspectos mais importantes da prática
contemplativa, é que ela tem força para quebrar os vícios e hábitos
destrutivos, revelando a inteligência sensível. É isto que o Tao chama de
entrar no fluxo das forças universais. Nossas ações passam a ser conscientes e
a reações são conduzidas pela inteligência universal.
É lógico que este contato com a sabedoria
interna não ocorre a partir da primeira prática, que não adquirimos a atenção
plena imediatamente somente porque sentamos por alguns minutos focando na
respiração. O ato de nos tornamos uma testemunha silenciosa deve ser
desenvolvido de forma contínua e disciplinada, e é desta forma que a
inteligência universal vai abrindo espaço e se revelando, nos capacitando a
fazer as melhores escolhas, a tomar posse de fato do dom do livre arbítrio que
todos temos.
A prática meditativa é a chave para
conhecermos a diferença entre ser controlado pelo karma (ação e reação) ou
viver motivado pela consciência natural ou inteligência intuitiva. A maioria
das pessoas gosta de permanecer na zona de conforto no qual se sentem seguros
mesmo quando estão infelizes por uma vida que não se revela plena e realizada. É
bom lembrar que um dos maiores desafios da meditação é justamente sair da zona
de conforto passando por um treinamento com um professor capacitado que o
conduza a percorrer outros caminhos que proporcionam uma consciência aberta,
livre de preconceitos, que possibilitam ao ser revelar-se em total inteireza. Uma
maneira maravilhosa de Ser, onde o amor, o altruísmo, a compaixão por si –
mesmo e pelo outros fazem parte do cotidiano.
Budha ensinava a importância de sentar sem
fazer nada, como um caminho espontâneo, intuitivo e revelador. Simplesmente sentar-se
sem fazer nada; sem ser nada, sem ego, sem ação x reação, sem hábitos
condicionados, manipulação, exploração ou pensamentos ruminantes. Um sentar-se
natural, totalmente aberto e expansivo, consciente de si - mesmo e do meio
ambiente. Este momento possibilita que o indivíduo sinta-se completo, que as
suas ações surjam de forma espontânea a partir da sua totalidade. Quando eu não
quero nada do mundo, posso aproveitar o mundo ao máximo!
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