Emoções como o medo, ansiedade, raiva,
vergonha, depressão ou ansiedade, são consideradas emoções destrutivas tanto do
corpo físico como do corpo mental. Renomados cientistas como Francisco Varella,
Daniel Goleman, Alan Wallace entre outros motivados por Sua Santidade Dalai
Lama têm estudado e pesquisado cientificamente os efeitos das emoções sobre o
corpo físico baseando seus estudos da mente nas tradições orientais como o
Budismo buscando uma forma de curar doenças ou diminuir o sofrimento.
Sabemos que o Budismo busca a eliminação do
sofrimento, descobriram também que as chamadas emoções destrutivas como aversão
e apego não pertencem ao nosso verdadeiro Ser, porém pertencem ao nosso ego.
Mestres das tradições orientais que praticam
um conjunto de técnicas contemplativas promovem mudanças comportamentais e nos
estilos da vida, tiveram experiências e insights sobre a nossa verdadeira essência,
não observável pelas ilusões condicionadas pelo ego. Eles deixaram um
importante legado de pesquisas sobre a mente e apontam um caminho para a
liberdade, paz, felicidade perene e bem-aventurança que transcendem os efeitos
danosos das emoções destrutivas.
Para que possamos provocar esta transcendência
alguns princípios devem ser levados em consideração:
1.
Reconhecimento - a base do trabalho interno começa com o
reconhecimento do nosso corpo emocional, que contêm todas as qualidades
emocionais que expressamos muitas vezes no nosso cotidiano sem nem mesmo nos
darmos conta, através do nosso diálogo interno ou externo, com frases como: “Não
vou tomo a providencia por que tenho medo do resultado”, “tenho muito medo
de....”, etc. Depois de reconhecer que o medo é real para si, a pessoa pode mudar a forma de expressar
este sentimento, mudando a frase para dizendo “o medo está aqui, mas eu
posso...”, mudando desta maneira a perspectiva da ação e do espaço que o medo
ocupa dentro da sua mente.
2.
Atenção Consciente – começar a prestar atenção de
forma focada na própria respiração, observando a emoção negativa e aceitando que ela existe.
3. Recolhimento – Tire um momento para estudar a emoção, qual a causa, hábito ou comportamento, situação que provoca o sentimento no momento em que ela surge. Manter um diário regular pode ser uma opção para iniciar e conhecer esta emoção negativa, não é necessário pesquisar a própria historia de vida a partir da infância, mas recolher-se ao momento presente; verificando se este sentimento é o único que você pode expressar. Observar atentamente quais são as reações físicas diante da emoção destrutiva, onde ela se localiza (pescoço, as costas são pontos normais onde o corpo reage), estudar os pensamentos e sentimentos que surgem naquele exato momento que percebeu a emoção negativa. Sentar-se em meditação, buscando perceber, sentir, compreender, sem exaltar-se em grandes elucubrações e justificativas sobre o sentimento percebido. Busque conhecer a durabilidade e qualidade do sentimento, de onde vem? Para onde vai? Como ela aprece e desaparece? Não se dê um prazo para estes exercícios contemplativos, mas dedique-se claramente a examinar a emoção destrutiva em todos os campos e possibilidades, para poder se libertar de suas influências e causas.
4.
Realidade – As coisas são como são, uma
lição aprendida é que tudo é impermanente, não temos controle sobre o mundo
externo e tão pouco sobre as nossas emoções, mas uma vez que a conhecemos
podemos aprender a regulá-las e assim transcende – las, sem a necessidade de
criar apego a elas.
Embora seja um trabalho árduo, intenso,
quando feito de forma disciplinada, o indivíduo conquista maior clareza (sobre
a emoção e seus efeitos), autoconhecimento (compreender a natureza da emoção,
seus gatilhos e consequências para o corpo físico e mental), postura (como se
postar diante da emoção) e liberação ( deixar de ser escravo da emoção).
Adquirimos ao longo da vida certos conceitos
e pressupostos que são difíceis de largar, até mesmo com a ajuda de
profissionais da Saúde Mental, que estão profundamente enraizados na forma como
vemos e procedemos diante das situações. Culpa, rejeição, autojulgamento,
necessidade de aprovação, sentir-se digno de amor, valor e aceitação, fazem com
que tenhamos atitudes ou tomemos decisões inconscientes, cometamos “falhas
humanas” que depois complicam a nossa vida.
É comum vermos pessoas reagirem negativamente
ao convite da observação de suas emoções, sejam elas positivas ou destrutivas,
porque consideram muito pouco o valor do corpo emocional, desconhecem seus
efeitos danosos à saúde física ou mental; outros acreditam que o esforço
necessário, despende tempo e dinheiro que não estão dispostos a investir por
que acham que o retorno não é compensador, mas isso até que que as reações
surjam na forma de doenças, mudanças danosas na vida, perdas.
Quando conhecemos o poder que as emoções
destrutivas possuem, ele vai embora, pois perde a força diante da nossa
compreensão, e assim o que era negativo torna-se positivo.
Para Atendimento com Psicoterapia
Contemplativa – Contato: saleela.devi@gmail.com
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