Cada vez mais percebemos o quanto as pessoas vivem distante da
realidade devido aos constantes desejos, apegos e visões distorcidas do mundo,
de si - mesmas e dos outros. Então o que fazer para viver dentro da realidade?
Primeiro é importante compreender o que a realidade da vida além
das aparências, enxergando as coisas tais como elas realmente são, pode começar
a fazer estudando e contemplando os ensinamentos. Mas é importante que esta
compreensão não seja feita de forma intelectual somente. Quantas coisas que nós
compreendemos no passado, depois de muito tempo, estudo e dedicação e hoje não
nos lembramos mais, ou quanto de nossa compreensão hoje com o desenvolvimento
científico já não faz mais nenhum sentido.
A compreensão que temos não nos trouxe nenhuma iluminação, ou
melhor, nenhum despertar. Para compreendermos usamos nossos órgãos dos
sentidos, ou seja, usamos nossa mente, visão, audição. Questionamos,
discutimos, trocamos impressões sobre os ensinamentos, praticamos, pensamos e
tiramos nossas próprias conclusões. Depois de um tempo tudo isso vai embora.
Diante das diversas situações da vida abrimos mão da nossa compreensão em busca
de uma resposta mais imediata, mudamos nossas atitudes e pensamentos com
extrema facilidade. Nossa compreensão, portanto se prova impermanente, e já não
fazem mais parte da realidade da nossa mente.
Assim, nossos pensamentos não nos conduziram à Iluminação. Então
qual o caminho? Começamos buscando respostas à questões como: Quem sou eu? De onde
vim? Para onde vou? E desta forma nos desapegando deste “Eu egóico” com o qual
conduzimos a nossa vida. Fazemos isso relaxando a mente, mantendo – a com
atenção plena ao momento presente. Buscando identificar nossas projeções e
conceitos subjetivos.
Manter a mente focada no aqui e agora exigem de nós contemplação e
relaxamento, para que não se perca este precioso momento, o único que é real.
Podemos encontrar diferentes formas de fazermos isso: formas dinâmicas: como
dança, gritos, risos, caminhadas, e, existem as formas passivas como Zazen,
Mindfulness, preces, Mantram entre tantas outras. O que realmente importa é
encontrar um foco, um ponto de equilíbrio, onde o espiritual e o material ou o
intelecto e o transcendente são um e a mesma coisa.
É neste momento que dizemos que “estamos repousando na nossa
essência”. E a este momento chamamos – Meditação. E é neste momento que
conseguimos compreender a realidade das coisas tais como realmente são. É aqui
que podemos olhar para o sofrimento dos outros (dos “inimigos”, dos amigos, dos
seres amados e daqueles que nem mesmo conhecemos – os neutros) e aplicar o que
no Budismo se chama – Metta Bhavana – Meditação da Amorosa Compaixão, ou
fazermos os exercícios budistas chamados Toglen. Ou seja, é o momento ideal
para fazermos alguma coisa para que o sofrimento do outro cesse, e assim
trabalharmos pela cessação do nosso também.
Evidentemente isto é um processo, que se desenvolve com tempo,
vontade e dedicação. E o resultado final é o acesso à nossa natureza búdica – a
Iluminação.
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