terça-feira, 30 de julho de 2013

A Riqueza e o Bhagavad Gita


Bhagavad Gita e a
Criação da Riqueza
O Texto sagrado Bhagavad Gita, o dinheiro, a espiritualidade Indiana e a criação das riquezas ainda parecem combinações estranhas entre si. Quando a fase do Moksha (Libertação) chega para um indiano é lhe dito que “dê o seu dinheiro e toda a sua riqueza e siga para as florestas ou para o Himalaia”. Afinal que precisa de riquezas para meditar em uma caverna no Himalaia ou ficar em meditação numa floresta?
Mas viver em uma sociedade voltado para a geração de riquezas e bens materiais, aquele que deseja ser orientado para a evolução de sua espiritualidade precisa continuar a gerar riqueza. E gerar riquezas e dinheiro através do esforço do trabalho diário não é nenhum pecado. A metáfora é que o dinheiro é como água – a água é essencial para a sobrevivência, mas também pode afogar a vida que a sustenta.
O Bhagavad Gita pode nos ajudara encontrar o equilíbrio – podemos gerar riquezas, podemos nos divertir com ela, sem nos afogarmos nela.
Para criar riquezas o cérebro tem que ser desafiado constantemente e nós temos que colocá-lo  em uso nos relacionamentos familiares, nos relacionamentos sociais e também no trabalho e nos  negócios. Isto tudo são as nossas realidades e quando estas realidades são colocadas em confronto muitos começam a tremer. Qualificações e habilidades são cobradas a todo o momento, seja no setor privado seja no setor governamental, parece impossível ter alguns momentos de renúncia seja para uma vida mais tranqüila, seja para dedicar-se à espiritualidade. algumas pessoas aprendem que tudo é Maya (Ilusão) e por alguns instantes abandonam em pensamento toda vida cotidiana e buscam por Deus na imaginação do Himalaia.
No Bhagavad Gita temos bem claro o exemplo de Arjuna – quando viu-se  confrontado com a realidade da vida de um Kshatrya (Casta do Guerreiro) na batalha de Kurukshetra, logo desejou ardentemente refugiar-se em meditação e na espiritualidade para não enfrentar a realidade da guerra. Krsna zombou de Arjuna quando viu que ele não conseguia encarar sua realidade.
A verdadeira espiritualidade ensinada neste momento para Arjuna é aquele praticada na realidade da vida e não nas cavernas do Himalaia ou nas florestas. Podemos aprender observando o perfil dos empreendedores de sucesso – a maioria deles enfrentou a realidade e abordou com clareza os desafios com a ousadia necessária. Eles não se refugiaram nas cavernas nem fugiram do destino.
Com a espiritualidade aprendemos que Krsna ou o Deus da fé do devoto não irá torná-lo automaticamente um multimilionário. Está forma de espiritualidade é produto da ignorância. Em nenhum momento Krsna quis lutar no lugar de Arjuna! Ao se apresentar como condutor da biga de Arjuna, Ele, Brahman, Deus, Espírito, Ser Supremo apenas afirmou que está como condutor no coração de cada ser. É o ser que tem que perceber o potencial escondido dentro de si ao interagir com as realidades da vida. No Sanatana Dharma, o Ser Supremo não está sentado numa cadeira de ouro no céu, Brahman na verdade existe em cada um de nós.
De nada adianta meditar, entoar Mantram, fazer preces, orações, ladainhas, promessas, se não conseguimos realizar a nossa potencialidade e trazê-la para a ação. Arjuna ficou pronto para a ação quando percebeu que Krsna estava nele.
Quando o individuo está pronto para agir pela realização de Krsna, Deus ou Brahman nele, o sucesso e a riqueza seguem automaticamente. Ou seja, quando a força espiritual que está escondida dentro é realizada, o individuo vence automaticamente a força física e a intelectual que podem estar faltando. Um exemplo deste ensinamento está na própria história de Gandhi – sua força espiritual o ajudou a dominar o Império Britânico.
Vemos muitas pessoas que não gostam de trabalhar, o fazem porque são forçados pelas circunstâncias e assim o fazem sem nenhum entusiasmo. A primeira coisa a fazer é apreciar o que se está fazendo, seja qual atividade for. Quando você faz o que tem que fazer desta forma você se sobressai.
É comum as pessoas trabalharem se preocupando com o que vai acontecer depois, no resultado, por exemplo: o garçom atende pensando na gorjeta, a empregada espera um reconhecimento da patroa, um jogador espera pensa no endosso. O resultado disto é que fazer o trabalho sem apreciá-lo pelo que ele é em si - mesmo no momento de sua execução, e é assim que todos os sonhos de dinheiro e riquezas são rompidos.
O Bhagavad Gita ensina:
“A ação, Dhananjaya, é bem inferior à Yoga do Conhecimento. Busca, pois, teu refúgio no conhecimento. Pobres almas miseráveis são aquelas que fazem do fruto de suas obras o objeto de seus pensamentos e atividade!” (Canto II.49)
o ego está sempre pensando no produto final e na necessidade de criar riquezas sem o esforço. É necessário colocar a alma e o coração em tudo o que se faz, isto é mais importante que entoar Mantram, do que fazer promessas ou ir a templos. Quando o individuo trabalha com o coração cheio de amor pelo que faz, ele está se entregando à sua potencialidade criativa e assim toca o Espírito que nele habita e como resultado experimenta a verdadeira espiritualidade. Tudo o mais se segue automaticamente.
Mas e se falhar? Falha é sinônimo de falta de autoconfiança. Inconscientemente pensa nos frutos do trabalho. Raramente se alcança o sucesso desejado já na primeira tentativa. É preciso aprender as variadas lições que o fracasso nos ensina. Cada fracasso é na verdade um passo em direção ao sucesso. Cada obra cria um resultado, por isso o indivíduo que se esforça no trabalho não deve ser apegar aos resultados.
E o Bhagavad Gita diz:
Neste mundo, o homem que possui o conhecimento se desembaraça das boas e más ações. Assim, aplica-te à Yoga. A Yoga é a capacidade de agir corretamente.” (Canto II.50)
Quando temos sucesso ficamos felizes, quando fracassamos ficamos infelizes. Mas como estava o nosso estado de espírito quando estávamos trabalhando? É nisto que Krsna se mostra interessado. Krsna pede a Arjuna que aproveite o momento e faça o trabalho de forma eficiente. Antes de tudo Arjuna deve pensar na primeira flecha que atingirá Bhishma e não sobre a última flecha que o atingirá. Pois cada seta enviada por Arjuna vai encontrar uma resposta de Bhishma e Arjuna terá que responder prontamente a todas as setas de seu inimigo antes de chegar à seta final.
Da mesma forma, cada momento que o ser tem que enfrentar os desafios, assumir novos riscos e de desfrutar cada momento, que ele se mova lentamente em direção ao sucesso, à vitória. E finalmente quando ele chegar ao pódio da vitória terá um sorriso porque provou o gozo da bem-aventurança.

Ao fazer uma ação, seja ela simples ou complexa estará enraizado em si – mesmo. O Bhagavad Gita chama uma pessoa assim de Sthiraprajna – uma pessoa de sabedoria constante e dono de uma autoconfiança que não pode ser abalada. Para criar riqueza e apreciá-la, o indivíduo precisa ser um – Sthiraprajna – e, em seguida, deve perceber que sua própria natureza é – FELICIDADE.









segunda-feira, 29 de julho de 2013

Curso de Mantram - Sons de Poder

Curso de Mantram – Sons de Poder
Data: 1o de Agosto
Venha participar deste encontro maravilhoso e descobrir a essência dos sons sagrados!
O som é eterno e presente desde o começo da criação. Na filosofia Advaita Vedanta – o Ser Absoluto é Brahman, como Som Primordial Ele é  compreendido como o Nadabrahma – a encarnação do som. Através da meditação com o Som dos mantras o Homem amplia sua consciência, a fim de restabelecer o relacionamento entre seu ser e o Ser Supremo. Os Nadis (meridianos da energia) normalmente ficam obstruídos pela má alimentação, sentimentos e emoções atrofiados. Através do mantra kírtam (repetição dos mantras) esses caminhos energéticos se abrem, permitindo que o Prana, a energia vital, circule por eles. O kírtam tem o poder de liberar a consciência cósmica e a super cósmica. Entoando os mantras com devoção o homem efetiva sua busca espiritual e sua evolução enquanto Ser, mantendo contato com os Seres de Luz de todos os níveis.
Em todas as grandes religiões temos cânticos e orações curtas para a nossa  prática espiritual; neste curso estaremos abordando estes vários sons sagrados e o seu poder. Vamos estudar também a Mitologia Indiana conhecendo os Deuses e seus atributos e os mais importantes Mantram da cultura hinduísta  e do Vedanta
Programação:
·        Significado de Mantra
·        A prática dos Mantram
·        Divisão dos Mantram
·        Formas de Utilização
·        Tipos de Semântica
·        Kirtans e Bhajans
·        A Importância do OM
·        Mitologia e os Mantram – Conhecendo as Divindades e os seus Mantram
·        As Mahavidyas
·        Mantram Védicos
·        Mantram de Cura
·        Mantram Vaishkaram para relacionamentos, casamentos e amizades.
·        Mantram para saber respostas em sonhos
·        Mantram para saber o passado/presente/futuro
·        Mantram para desenvolver habilidades psíquicas
·        Mantram para ter boa sorte
·        Mantram para limpar ambientes
·        Mantram para diminuir dívidas
·        Mantram budistas
·        A magia dos Mantram
·        Os Cakras e os Mantram
·        Meditação com Mantram
·        A Consagração do Japamala
·        Gandharva Veda: a Influência dos Sons Puros
·        Mantram Jainistas
·        Mantram Hebraicos
·        Mantram Shamnicos e muito mais........

Um sábado inteiro dedicado ao aprendizado dos Sons de Poder!
Data: 10 de Agosto de 2013 das 9.30h às 17hs
Investimento: R$ 300,00 (R$ 50,00 de inscrição e R$250,00 podem ser pagos em duas parcelas com cheques pré-datados)
Local: Rua Domingos de Moraes, 221 – Próximo da Estação Paraíso do Metro
É necessário o pagamento da inscrição para emissão da apostila. 

Contato Para maiores informações: saliladeva@yahoo.com.br ou saleela.devi@gmail.com 
ou pelo - Tel. ( 11) 9 -9463 5825

Facilitadora: Saleela Devi - Psicoterapeuta Junguiana, Transpessoal e Integral, Consultora em Administração de Empresas na área de desenvolvimento de consciência, Coordenadora de Grupos de Estudos de Filosofia Oriental (Advaita Vedanta, Tantra e Meditação); Spiritual & Self Couseling; atua com técnicas modernas como Voice Dialogue, Psicologia Budista, Trance Therapy, Breath Therapy, estudou com vários Mestres nas áreas de Espiritualidade Oriental, terapias e ciências psicológicas: Aura Soma; Bardo Thodol Chodron, Osho No-Meditations, Osho Meditations Tecnics, Osho De-Programming, Astrologia Chinesa Ba Zai, Sufismo, Taoísmo, Zen Budismo, Terapia Primal, Gestalt Therapy, Hatha e Asthanga Yoga e Yoga terapia, Spiral Dinamics de Ken Wilber (Mapa de Desenvolvimento da Consciência e Psicologia Integral), O Viver e o Morrer Tibetano, Meditação Samatha e Vipassyana, Calatonia, Reiki (Ushui e Cristão), Deeksha Giver entre outros. Coordena Retiros de Meditaçõ e Silencio e Programa de Treinamento em meditação Mindfulness com protocolo científico e sem vínculos religiosos. Atende em consultório e também via SKYPE.





quarta-feira, 10 de julho de 2013

Conceito de Bhavana

Conceito de Bhavana

O conceito de Meditação em sânscrito – Bhavana – expressa diferentes tipos de práticas adotadas pelas mais diferentes tradições espirituais e religiosas, porém o que podemos encontrar de comum que todas elas buscam uma experiência direta com as mais profundas dimensões do Self.
A cada mais pessoas buscam a meditação ao redor do mundo, pelas mais inúmeras razões desde o modismo até a busca pela saúde e a paz mental, sem necessariamente terem se convertido à uma religião específica à prática meditativa. E isto acontece entre outras razões pelos inúmeros benefícios cientificamente  comprovados pelas pesquisas médicas que ocorrem ao redor do mundo em importantes universidades, e estes benefícios obtidos pela prática diária ocorrem no nível físico, emocional e mental. Entre tantos benefícios temos a redução dos níveis de stress, ansiedade, depressão, dores crônicas, insônia, uso de drogas entre outros.
As múltiplas técnicas hoje conhecidas são adaptações influenciadas pelas religiões cristãs, judaicas, muçulmanas, budistas e hinduístas que desenvolveram muitas formas de praticar meditação. De acordo com Lama Yeshe e Zopa Rinpoche, o propósito da meditação é encontrar o caminho para a Iluminação, pois à medida que somos responsáveis pelos nossos sofrimentos também o somos pela cura.
Para o Mestre Vedanta Muktananda, meditação é o estado em que podemos desfazer as ilusões egóicas com as quais nos apegamos, como por exemplo: as noções de “eu sou isto ou eu sou aquilo”. Por sua vez, o afastamento destas sobreposições permite ao indivíduo a contemplação direta do seu Ser Interior. Segundo o Mestre não meditamos “apenas para relaxarmos um pouco e experimentarmos um pouco de paz. Meditamos para expandir nosso Ser Interior (pág. 38).
Na filosofia budista, a prática da meditação é considerada essencial ao caminho da Iluminação. De acordo com Lama Yeshe e com Zopa Rinpoche, o propósito da meditação é encontrar o caminho para a Iluminação, pois à medida que somos responsáveis pelo nosso sofrimento também o somos por nossa cura. Segundo Sogyal Rinpoche (1999) “a meditação é o caminho para trazer-nos de volta a nós mesmos, onde podemos realmente experimentar e provar nossa ser completo, além de todos os padrões habituais”. Meditar é dedicar um momento, uma pausa dentro do cotidiano da vida, deixando de lado nossas ações e comportamentos para criar um modo de comunicação com nossos conteúdos interiores, que se revelando a nós permite a expansão de nossa consciência.


Oficina de Meditação – toda quinta feira das 19h às 20h. Praticamos diferentes técnicas, para que o aluno escolha aquela com que se sente mais confortável e motivado para a prática diária e obtenção dos benefícios. Mais informações e valores: saliladeva@yahoo.com.br

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os Quatro Fundamentos da Meditação Mindfulness (SHamatha)

Os Quatro Fundamentos da Atenção Plena
Meditação Mindfulness
 O discurso sobre os Fundamentos da Atenção Plena, o Satipatthana Sutta é o décimo discurso da coleção do Comprimento Médio (Majjhima Nikaya) dos discursos de Buddha. Existe uma outra versão contida na Coleção de Discursos Longos (Digha Nikaya (22)), que difere apenas por uma explicação mais detalhada sobre as Quatro Nobres Verdades.
Os Budistas de toda parte e principalmente os pertencentes à Escola Theravada nunca se esquecem da importância do Satipatthana Sutta e da prática do Dhamma. Os Budistas têm até mesmo a intenção de ouvir o discurso nos últimos momentos de suas vidas, e em noites de lua cheia é comum ver os monges recitando o discurso em voz alta enquanto praticantes do Budismo fazem suas meditações. O texto escrito em Pali é normalmente colocado no altar, sendo fonte de reverência pela Sabedoria nele contido. Aqui está um breve resumo, que não tem a intenção de servir substituto para um estudo mais profundo para aqueles que pretendem adquirir Sabedoria pelo conhecimento direto ou pelos praticantes de meditação Mindfulness, mas de ser apenas um incentivo ao estudo e à pratica da Meditação Anapanasati (Mindfulness).
1.     Atenção Plena no Corpo
1.            Atenção Plena na Respiração
Existem muitas variações neste exercício. O mais básico é a concentração na sensação da respiração na ponta do nariz, mantendo-se consciente de todo processo respiratório, a inspiração e a expiração devem ser observados desde o inicio, o meio e o fim. Muitas vezes são indicados Mantram de duas sílabas como “Bud – dho” como uma ajuda na concentração.
2.            Postura do Corpo
São quatro as posturas básicas: Caminhando, em pé, sentado e deitado. O exercício é simplesmente manter-se ciente em todos os momentos da disposição do corpo.
3.             Clara Compreensão – Sampajanna
·         Clara compreensão do Propósito – Porque estou realizando esta ação?
·         Clara compreensão da Adequação – Essa é uma ação adequada dadas as circunstâncias?
·         Clara compreensão do domínio da técnica de meditação – Pode esta ação ser incorporada à prática?
·         Clara compreensão da realidade, observando as três características em todas as atividades diárias – ou seja, observando a impermanência das coisas, o sofrimento e o não – eu.
4.             Reflexão sobre a Realidade desse corpo
Ver o corpo como um conjunto de partes, algumas sólidas outras liquidas. A lista tradicional é composta de 32 partes.
5.             Reflexão sobre os elementos materiais
Ver o corpo como um processo físico. Segundo a tradição oriental a composição da matéria é composta de quatro elementos: Terra (extensão, solidez), Água (Coesão, liquidez), Ar (motilidade, espaço) e Fogo (energia, calor). Alternativamente, podem ser utilizados os conceitos físico/químicos modernos.
6.             Contemplações da morte
Estes exercícios utilizados para obter a plena consciência da impermanência do corpo e quebrar a ilusão da imortalidade deste. A lista dada pelo Budismo pode ser usada como técnica de visualização, que vai da repulsa à tranqüilidade.
·         Corpo apodrecido (poucos dias depois da morte);
·         O cadáver sendo devorados por vermes, animais e aves;
·         O esqueleto ainda com alguma carne, sangue e tendões restantes;
·         O esqueleto ligado ainda por alguns tendões, sem carne mas manchado de sangue;
·         O esqueleto ainda ligado por alguns tendões, sem nenhuma carne ou manchas de sangue;
·         Os ossos soltos e espalhados;
·         Os ossos branqueados pelo Sol;
·         Os ossos amontoados em pilha um ano depois da morte;
·         Pó dos ossos;
2.  Contemplação dos Sentimentos
Os Sentimentos (Vedana) não devem ser confundidos com as formações mentais mais complexas chamadas de – emoções. Os Sentimentos aqui têm um sentido mais básico. E  podem ser classificados de várias maneiras:
·      Agradável, neutro e desagradável;
·      Corporal ou mental;
·      Mundano e não – mundano.
Como exemplos, a agradável sensação de prazer ao fazer uma refeição, a agradável sensação de arrebatamento ao experimentar uma experiência mística. A desagradável sensação de tristeza pela perda de bens ou a desagradável sensação de desapontamento pelo lento progresso na meditação.
É importante saber que sentimentos agradáveis imperceptíveis levam ao desejo, sentimentos desagradáveis imperceptíveis levam à má-vontade ou desejos negativos e os sentimentos neutros imperceptíveis levam à ignorância. Conhecer seus sentimentos é o ponto chave da Origem Dependente, onde o processo pode ser transcendido e a libertação (Iluminação) alcançada.
3.  Contemplação da Mente – Estados de Consciência
Qual é o seu estado espiritual? Você gosta de luxuria? Sente ódio ou não? Procura o autoconhecimento ou vive no piloto automático (Estado ilusório)? Sente - se uma pessoa desenvolvida ou subdesenvolvida? Sente-se disperso ou concentrado?  É uma pessoa livre ou apegada? E outras questões.
Estas questões se referem ao “fundo” da mente, é importante conhecer se sua consciência está no nível básico ou em um nível mais profundo, se vive no momento presente ou na depressão do passado ou na ansiedade do futuro.
4.  A Contemplação da Mente (Dhammas)
1. Os Cinco Obstáculos – estados mentais que levam a extravios.
·         Sentido/desejo, desejo, raiva, preguiça/torpor, preocupação /agitação, dúvida cética.
Que devem ser combatidas com:
·         Sentido/desejo – Meditação tendo como objeto o corpo (por exemplo: Body Scan ou Meditações na morte);
·         Raiva – Benignidade (Meditação Metta Bhavana);
·         Preguiça/torpor – Mudança de Postura diante dos fatos da vida ou percepção da Clara Luz da Realidade;
·         Preocupação/Agitação – Meditação Mindfulness (Atenção Plena na respiração);
·         Dúvida cética – Participação em Grupos de estudos filosóficos, questionamentos em processo terapêutico, participação em grupos religiosos com rituais, poojas etc.
2. Cinco Agregados do Apego
Os cinco constituintes que dissipam a idéia de uma auto-entidade – um “eu”:
·      Forma;
·      Sentimento;
·      Percepção;
·      Formações Mentais;
·      Consciência.
3. Os Seis Sentidos Internos e Externos
     Toda consciência surge através de uma destas portas:
·      Olhos – Forma;
·      Ouvidos – Som;
·      Narinas – Odor;
·      Língua – Paladar;
·      Pele – Toque;
·      Mente – Idéia.
4. Os Sete Fatores da Iluminação
·      Investigação da Mente (Dhammas)
·      Energia;
·      Êxtase;
·      Atenção Plena;
·      Tranqüilidade;
·      Concentração;
·      Equanimidade.
As três primeiras precisam ser desenvolvidas quando a mente está calma e as três últimas quando a mente está agitada. A Meditação Mindfulness pode ser aplicada em todas as circunstâncias.
5.  As Quatro Nobres Verdades
A base filosófica do Budismo está contida nas Quatro Nobres Verdades.  E o apego é a causa da maioria das formas de sofrimento – as cinco categorias que são objetos de apego (panc’upadana kkhandha). Toda corporeidade, todos os sentimentos e sensações, todas as nossas percepções, todas as formações mentais e todos os níveis de consciência, são impermanentes, e são fonte de sofrimento. Porque são fenômenos condicionados. É um ciclo repetitivo apego, desejo, ação, karma
·      A Nobre Verdade do Sofrimento (nascimento, doença, velhice, morte, não conseguir realizar os desejos, os Cinco Agregados influenciados pelo apego); Todo sofrimento vem do desejo e a nossa própria existência está condicionada pelo desejo, que são três: a ânsia por prazeres dos sentidos (kama tanha), o desejo da existência continuada e renovada (bhava tanha) e o desejo de aniquilação após a morte (vibhava tanha). Esta é a verdade da origem do sofrimento.
·      A Nobre Verdade da Origem do Sofrimento – Desejo;
·      A Nobre Verdade da Cessação do Sofrimento – A extinção do desejo – Nibbana - a obtenção da felicidade perfeita, a quebra da cadeia de renascimentos e sofrimento através de Nibbana, só é possível através da extirpação total das três formas de desejo. Está é a verdade da cessação do sofrimento.
·      A Nobre Verdade do Caminho que conduz à cessação do sofrimento – O Caminho Óctuplo:
·      Entendimento Correto,
·      Pensamento Correto,
·      Fala Correta,
·      Ação Correta,
·      Modo de Vida Correto,
·      Esforço Correto,
·      Atenção Plena Correta,
·      Concentração Correta.
O Nobre Caminho Óctuplo é composto por três tipos de treinamento resumido em: Conduta Virtuosa (Sila), concentração (Samadhi) e Sabedoria (Panna).
A Conduta Virtuosa expulsa a luxuria. A calma da verdadeira concentração e a aquisição da cultura intelectual vence a raiva/ódio. A Sabedoria vinda pela concentração correta ou conhecimento direto resultante da meditação dissipa toda ilusão. Todos estes três tipos de treinamento são possíveis somente através do cultivo constante da Atenção Plena – Mindfulness (Sati).
Mindfulness é conhecida como um corpo docente de controle (Indriya) e um poder espiritual (Bala) e também é o primeiro dos sete fatores da Iluminação (Satta Bojihanga).
REFERÊNCIAS:
·         Este é um simples resumo do Satipatthana Sutta – D.22 traduzido do WWW.arrowriver.ca/dhamma;
·         Os Fundamentos da Atenção Plena – Satipatthana Sutta traduzido do Pali para o inglês por Nyanasatta Thera
·         O Livro dos Provérbios Kindred V – Samyutta Nikaya III PP 119-168
·         WWW.acesso insight.org/nyanasatta
·         Discurso sobre as aplicações de Mindfulness (Satipatthana Sutta) – Provérbios Comprimento Médio, terceira edição pp 322-346
·         Criação de Mindfulness (Maha-satipatthana Sutta) Diálogos de Buddha traduzido pelo prof. Rhys Davids
·         The Heart of Buddhist Meditation – Nyanaponika Thera. Buddhist Publication Society


Indicação – Programa de 8 semanas  de Treinamento em Meditação Mindfulness, com Saleela Devi. Maiores informações sobre formação de grupos, valores e datas e sobre aplicação do programa em empresas e escolas entre em contato pelo Tel. (11) 99463-5825 ou pelo e-mail: saliladeva@yahoo.com.br ou  saleela.devi@gmail com. Para quem desejar o programa pode ser oferecido em outro espaço ou cidade/estado.