Divertida
mente, será?
E quando
fazemos contratos inconscientes?
Já parou para pensar como os relacionamentos
humanos são tão complicados? Se coexistir com amigos e colegas de trabalho; já
não é fácil, imagine então coexistir no mesmo ambiente físico e emocional com o
cônjuge. Muitas vezes não estamos bem seja físico ou emocional, nosso corpo e
mente de alguma forma ou por alguma razão desconhecida não estão equilibrados.
Acontece! Mas vamos para casa e já sabemos que vamos nos encontrar com o
companheiro (a) que naquele dia ou também está com o humor alterado e quer
total atenção da sua parte, ou está naquele estado de espírito falante, cheio
de brincadeiras ou, colocando suas próprias necessidades em primeiro lugar, e
nós, tudo o que queremos é um pouco de paz! Tudo o que desejávamos era respeito
e compreensão, e o outro tudo o que deseja é que você cumpra com o seu papel!
Todos nós temos a necessidade de um ambiente
físico, social e emocional que nos traga segurança e apoio, que nos proporcione
compreensão e respeito, e que também nos permita crescer, evoluir. Desejamos assumir
o controle de nossas próprias vidas, e de preferência sem a interferência de
ninguém, nem mesmo de quem amamos.
Acontece que inconscientemente criamos
contratos e acordos com as pessoas com quem mantemos um relacionamento, um
contrato que envolve nossa casa, trabalho, necessidades, finanças, bens materiais
até mesmo o lado da cama, arrumação da casa, posição da tampa do vaso
sanitário, escolha do programa da TV e muito mais. Na verdade, os artigos definidos
estão embora nunca ditos, bem estabelecidos sobre a função de cada um no
casamento e nos relacionamentos. Não há uma comunicação explicita tácita, mas
sim muitas suposições sobre o que cabe a cada um, o que se espera em todas as
áreas da vida, inclusive que leia a nossa mente e saiba de antemão que tudo o
que quero é paz, silêncio, um banho gostoso e que me deixem quieta por um
momento! Pressupomos que o outro tem a obrigação de me conhecer o suficiente e
assim saiba pelo meu olhar como as coisas devem funcionar.
Isto começa com o entendimento que ao marido
cabe ser o provedor e à mulher a administradora da família, papeis claros e
definidos pela sociedade há tanto tempo, muito embora a própria evolução da
sociedade tenha transformado a família e as funções de cada parceiro. Mas lá
dentro, inconscientemente, os papeis de cada um estão gritando. E devido a está
gritaria inconsciente as suposições tornam-se o resultado dos problemas e
dificuldades de comunicação entre os parceiros, e a falta dela ou mesmo a forma
errônea com a qual nos comunicamos impede que percebamos que estamos atuando de
acordo com um contrato inconsciente.
Pior ainda quando estabelecemos relações com
parceiros que sem que percebamos são muito parecidos com o nosso pai ou a nossa
mãe, porque levamos uma espécie de continuidade das relações familiares da
nossa infância para dentro da nossa própria família, atuamos como nosso pai ou
mãe desejava ou vivemos sob a influência de seus valores, princípios, marcas ou
cicatrizes deixadas pela forma como fomos educados.
Já escutei no consultório – bem que a minha
mãe me avisou, que o meu noivo era igualzinho ao meu pai! Se não tomasse
cuidado ia viver a vida que ela viveu – e lá estava a paciente se percebendo
que tinha de fato se casado com uma copia fiel do pai e estava repetindo a
história da mãe. Parece que estabelecemos contratos inconscientes com a
ancestralidade, ficamos repetindo padrões de comportamento que remontam aos
avós, bisavós.
Também já ouvi muitas histórias de pessoas
reclamando que por mais que mudem de emprego, parecem atrair sempre o mesmo tipo
de chefe ou de colegas de trabalho. Será que fizeram algum contrato com o
Universo? O que há para ser compreendido, para poder romper com estes
contratos? Será que posso fazer este trabalho sozinho?
Na medida em que os anos passam, que nós nos estudamos,
que nos autoconhecemos, que buscamos compreender, mudar ou aceitar que a
mudança já não é possível, percebemos que estes contratos inconscientes que
foram articulados e escritos, junto com
suas suposições e hipóteses podem sim serem reescritos, transformados e
mudados. Parte-se da premissa, que a transformação exige antes de tudo
autoconhecimento e verdadeiro empenho de conhecer a verdadeira natureza da
realidade. Não é hora de culpar nem pai nem mãe, nem os antepassados, nem as
situações da vida. Esta é a parte mais difícil, pois transformações,
autoconhecimento, compreensão da própria história, compreensão clara da
realidade é um processo doloroso, exige tempo, dedicação, tem sempre um preço a
pagar, cria conflitos com os parceiros que podem não estar no mesmo momento de
mudança ou que não querem mudar. Vi casamentos acabarem conheci pessoas que
mudaram até de profissão, mas também vi muita aceitação e desejo intenso de
investir no casamento mesmo percebendo que a outra parte não ia se transformar
de cópia da mãe em uma esposa e companheira de jornada como em minha suposição
ela deveria ser, mas havia amor o suficiente para curar as dores e mágoas e
levar a vida adiante com mais compreensão e aceitação.
Sim, os contratos podem ser quebrados. E é
bom que isto aconteça que despertamos para a realidade e melhor ainda quando
acontece antes que o stress acabe com o casamento. Por que se isto acontecer
antes que tenhamos um conhecimento da existência dos contratos inconscientes,
vamos repetir a historia lá na frente. Podemos aprender a ser tolerantes
conosco mesmo e com o parceiro, fazer uma boa terapia de casal, ou mesmo
individual, podemos buscar ajuda. Podemos acima de tudo escolher fazer
diferente dos que nossos antepassados fizeram afinal nem todas as mudanças conjugais
ou quebras de contratos são para causar dor, destruição, mágoas ou desafetos. Casamentos
com contratos inconscientes não precisam acabar em divórcio, você não precisa
mudar de emprego ou de cidade, nem precisa terminar com suas amizades. A
recomendação é sempre pela busca do autoconhecimento, do desenvolvimento de sua
consciência, da busca pelo crescimento enquanto ser humano. Pense nisto! Bom
2016!
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