Você sabe como atingir suas metas?
Quantas
vezes estabelecemos metas que consideramos de suma importância, mas ao longo do
caminho desistimos? Normalmente quando um novo ano começa, muitas pessoas
elaboram um plano de metas, mas segundo pesquisas 70% destas metas mal
sobrevivem as duas primeiras semanas do ano. Quanta euforia! E somos pegos de
calças curtas pelos “maus” hábitos, falta de comprometimento e de uma visão
realista entre as nossas necessidades primárias e o verdadeiro desejo – aquele
desejo que vem da alma – tão fundamental.
Sugiro então
um exercício encontrado no do Professor Robert Kegan da Universidade de Harvard
e Lahey Lisa. Este exercício funciona porque ele expõe as nossas crenças mais
profundas que minam nosso entusiasmo para cumprir as metas. Até porque muitas
delas exigem que justamente provoquemos mudanças nas crenças e para isto
saiamos da zona de conforto tão prazerosa e amada pelo ego.
Mas pior que reconhecermos que precisamos mudar
estas crenças é a dificuldade em reconhecê-las já que estão enraizadas no nosso
inconsciente. Faça uma experiência: pegue um papel branco, dedique um tempo
para responder a pergunta: Qual é
objetivo com o qual estou realmente comprometido?
Então, o que
é “fazer” e “não fazer”? São ações e
não-ações que frustram a realização das metas. Na maioria das vezes é o não fazemos que ocupa a maior parte do
tempo. Por exemplo: não manter-se atualizado, não buscar “espelhos
profissionais”, não acompanhar as tendências do mercado, não promover, não
ativar seus contatos, não buscar melhorar seus pontos fortes e habilidades, e
por ai vai!
Se
observarmos com atenção esta lista de “não - fazer” vamos perceber que por trás
delas existem alguns “objetivos ocultos” que inconscientemente se empenham em
impedir a ação correta. Por exemplo: posso não voltar a estudar para que os
outros não pensem que não sou realmente capaz. Mas subjacente a isto existe a
necessidade de acompanhar de perto as novas técnicas ou conhecimentos do
mercado. Mesmo que isto exija a dedicação de tempo (em que eu gostaria de estar
fazendo outras coisas mais interessantes e o investimento financeiro necessário
que eu poderia estar aplicando numa viagem de férias). Fazer um curso ou até
mesmo um mestrado pode revelar a minha incompetência em determinados assuntos
relevantes. Outro aspecto é a observação que expõe comprometimentos que devemos
assumir, mas de fato não queremos ter nem por um único instante! Comprometa-se
com o amor incondicional por si – mesmo, apesar de todos os seus defeitos e
pontos fracos!
Que suposições você faz para manter-se firme
na realização dos seus objetivos? Por exemplo, se me proponho a fazer um
mestrado, estou supondo que não tenho conhecimento específico sobre o tema da
minha meta, ou querer melhorar ainda mais suas habilidades significa que você
não é bom o suficiente. Então, quais são
as premissas que você descobriu por si – mesmo?
E se você fez algum experimento e criou um
novo pressuposto que seria realmente muito significativo para alcançar as suas
metas?
Você pode reformular e dizer “Vou melhorar meus pontos fortes e minhas
habilidades para melhor ajudar os outros a cumprir suas metas” ou
“melhorar a si - mesmo significa que
você pode oferecer uma experiência ainda
melhor para sua equipe e ainda se divertir”.
Bem, então o
que fazer? Faça uma lista das ações e experiências destes novos pressupostos e
comece a agir já! E se dê um abraço bem apertado guerreiro, pela coragem de
olhar de frente as crenças e hábitos negativos que estavam no inconsciente,
agora você pode agir!
Ter amor
incondicional por si – mesmo pode fazer de você um líder ainda melhor. Vamos
supor que você tem um membro da sua equipe que na execução de um projeto muito
importante comete um erro, e você simplesmente diz: “Eu não posso acreditar que
você fez isso de novo! Que idiota!” e, quando ele quer tentar algo novo, você
chega e diz: “Não tenho certeza se você deve realmente tentar. Lembre-se que
você já falhou as ultimas centenas de vezes que tentou algo novo!”. Você
deixaria seu amigo sofrendo?
Na verdade,
quantas vezes mentalmente dizemos estas mesmas palavras a nós mesmos? Eu mesma
já me critiquei inúmeras vezes e tantas outras disse a mim mesma: Você já
tentou fazer diferente da outra vez, vai tentar de novo?
Amar-s e
incondicionalmente é ser o seu próprio melhor amigo, amar-se independente de
todos os seus defeitos, pontos fracos e falhas! Você mesmo pode aperfeiçoar-se
até se tornar um líder cada vez melhor! Kristin Neff autora do livro “Self
Compassion” ensina: “A Autocompaixão tem três componentes principais: bondade
para com você mesma quando você falha, vontade de aceitar as próprias
imperfeições, e foco em estar ciente de quando você precisa parar e praticar a
compaixão para consigo mesmo!”
Uma das
maiores barreiras para a autocompaixão é a nossa crença equivocada de que
ser gentil conosco mesmo nos fará gordo,
feliz e complacente. Uma pesquisa sugere que na verdade, a autocrítica na
verdade, prejudica a nossa capacidade de realizar as nossas metas.
Seguem cinco
maneiras como a autocompaixão pode nos
tornar líderes ainda melhores:
1.
Expansão –
Você deve expandir a sua capacidade de conscientemente presente. Pode até se debater, chorar, resmungar quando
descobrir um ponto fraco lembre-se que sua mente inconsciente é muito esperta e
vai jogar duro para manter suas fraquezas escondidas de você.
Sua primeira inclinação é culpar os outros, o
Universo quando alguma coisa dá errado em vez de aceitar a responsabilidade por
seus próprios erros. Praticar a autocompaixão faz com que seja autoconsciente e
responsável, você não vai se debulhar em lágrimas porque não pode ser o
Presidente do Brasil ou ganhar um Oscar pela sua interpretação na sala de
reunião nem uma medalha de ouro por que nunca chega atrasado no compromisso.
2.
Conexão –
Você deve expandir a sua capacidade de se conectar com os outros. Uma
componente chave da autocompaixão é a capacidade de aceitar a imperfeição em si
– mesmo, esta capacidade de ser vulnerável ajuda a se conectar com os outros.
Nossas imperfeições nos conectam com os demais porque nos torna capaz de
permitir que os outros também revelem suas imperfeições.
Ao reconhecer os nossos pontos fortes e
fracos podemos olhar para os outros e reconhecer quem pode complementar nossas
habilidades e vice-versa. Esta é a razão pela qual as equipes precisam reconhecer a diversidade de
pontos fortes, pensamentos e experiências para se tornarem equipes
empreendedoras de sucesso.
3.
Resilência –
Você deve expandir a sua capacidade de ser resilente diante do fracasso. Um
ditado importante: “A flagelação
continuará até que a moral melhore.” Nós normalmente nos debatemos diante
do fracasso. E nos perguntamos por que temos tanto medo de correr riscos ou
sairmos da zona de conforto. Todo
crescimento acontece fora da zona de conforto, na nossa capacidade de
recuperação diante do fracasso, de assumir riscos, de tentar novamente, tudo
depende da nossa capacidade de sermos gentis conosco mesmo quando falhamos.
4.
Crescimento – Você deve expandir a sua capacidade de
aprender a crescer. Kristin Neff fala sobre a diferença entre “metas de
aprendizagem” versus “metas de desempenho”. Ela diz: “As pessoas que são
autocompassivas querem aprender para sua própria causa. A pesquisa mostra que a
forma mais sustentável de aprender e crescer, é aprender em causa própria em
vez de aprender para apenas impressionar os outros.
5.
Felicidade
– Você deve expandir a sua sensação de bem-estar, otimismo e felicidade. Como líderes nosso senso de otimismo, energia
e foco são infecciosos. Nós não só somos capazes de experimentar uma melhor
sensação de bem – estar e auto-estima (independentemente dos resultados)
conosco mesmo, mas também de criar ambientes que promovem esta cultura.
A pesquisa
de Kristin Neff realmente mostra que podemos crescer cada vez mais com a
autocompaixão. Você deve prometer a si –
mesmo que sempre será gentil consigo mesmo quando receber os resultados sejam
eles quais forem.
Aqui estão
três práticas de liderança para aumentar a sua autocompaixão.
1. Diário:
Tenha um diário, e nele anote todas as situações em que você experimenta onde a
autocompaixão iria atendê-lo. Assim se tornará mais atento quando estas
situações ocorrerem e então quando acontecer pode colocar este sentimento em
prática. Também anote quando praticou com sucesso a autocompaixão, assim
reforçará o hábito.
3. Meditação:
Pratique meditação Mindfulness ou Zazen diariamente, até que meditar faça parte
da sua vida cotidiana. Mindfulness é uma releitura moderna das tradições
antigas, principalmente budistas. Ela ajuda a lidar com as dificuldades do dia
– a – dia colocando você no controle de sua própria mente.
Sonia Ap F
Santos (Saleela Devi) é Coach para executivos, Professora de Meditação
(Mindfulness, Zazen entre outras técnicas).
Este texto é
baseado no artigo de Henna Inam – Coaching, Palestrante e Consultora. WWW.transformleaders.tv